"A exposição pública destes factos [notícias de alegadas agressões físicas], alheios à vida cívica ou ao debate político, constitui uma tentativa de instrumentalização da vida privada para fins de combate político", adiantou o autarca e a mulher num comunicado conjunto e a que a Lusa teve hoje acesso.
Esta reação surge depois de o Observador ter revelado que Victor Hugo Salgado, que é recandidato pelo PS à presidência da Câmara de Vizela, no distrito de Braga, está a ser investigado por suspeitas de violência doméstica.
O Observador avançou ainda que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a GNR confirmam que há um inquérito aberto contra o autarca.
Segundo aquele jornal, as agressões do autarca à mulher terão ocorrido em fevereiro deste ano e, alegadamente, obrigaram a mulher a receber tratamento médico hospitalar em dois momentos distintos em menos de 24 horas.
O casal sublinhou, na mensagem conjunta, ter sentido a necessidade de reagir perante a divulgação de conteúdos que dizem respeito à sua esfera "estritamente pessoal e familiar".
"Lamentamos profundamente esta prática, que consideramos atentatória da dignidade individual, da ética democrática e da proteção de menores", ressalvam.
Segundo o autarca e a mulher, a prioridade, agora, é assegurar a preservação da estabilidade emocional e da privacidade dos seus filhos que, entendem, não devem ser envolvidos nem expostos em contexto algum.
"Não contribuiremos para o prolongamento deste ruído. Confiamos que a comunicação social e a opinião pública saberão distinguir entre interesse público e exploração indevida da intimidade", vincam.
No final, o casal termina garantindo que não prestará "quaisquer declarações adicionais".
Já o PSD/Vizela espera que "tudo não passe de um equívoco", segundo um comunicado publicado na sua página oficial de Facebook.
"Mas, se vier a confirmar-se, não pode haver espaço para dúvidas: quem ocupa cargos públicos deve ser exemplo e deve retirar-se imediatamente", considera.
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