Amnistia papal 'safa' militares que viram vídeo de violação sem denunciar

Uma das pessoas que visualizou um vídeo de um militar a violar uma mulher - e não denunciou - era superior hierárquico. Hoje em dia, trabalha como militar na Guarda Nacional Republicana.

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Teresa Banha
17/04/2025 11:14 ‧ há 2 dias por Teresa Banha

País

Exército

Os militares que viram (sem nunca denunciar) o vídeo de uma violação perpetrada por um outro militar, já condenado, foram amnistiados no âmbito da lei que foi aprovada com a vinda do Papa Francisco a Portugal.

 

A notícia foi avançada esta quinta-feira pelo Jornal de Notícias (JN) e, entretanto, confirmada pelo Notícias ao Minuto junto do Exército, que dá conta de que os militares em causa incorreram numa "infração disciplinar", categoria esta que é aplicada quando, no Exército, se é "conhecedor de um crime" sem o denunciar.

Segundo o que explicou a mesma fonte, só o mês passado, a 27 de março, é que o Exército tomou conhecimento do envolvimento de militares no grupo de WhatsApp no qual foram partilhadas as imagens.

"O Exército tomou conhecimento do envolvimento de militares no grupo de WhatsApp, em 27 de março de 2025, aquando da receção do acórdão proferido no processo crime", adianta.

Sublinhando que o Exército "não compactua com qualquer tipo de infração ou crime", a mesma fonte explicou: "Os militares integrantes do grupo do WhatsApp que terão recebido o vídeo enviado pelo arguido, terão incorrido na prática de infração disciplinar, por não terem comunicado superiormente esse facto. Apurou-se contudo, que tendo a infração sido praticada no dia 17 de abril de 2022, a mesma encontra-se amnistiada por força do disposto na Lei n.º38-A/2023, de 2 de agosto."

Segundo pode consultar aqui, "estão abrangidas pela lei as sanções penais relativas aos ilícitos praticados até às 00h00 horas de 19 de junho de 2023, por pessoas que tenham entre 16 e 30 anos de idade à data da prática do facto, nos termos definidos nos artigos 3.º e 4.º."

O Exército explica que "era possível abrir um inquérito", mas que devido à amnistia papal isso não aconteceu. Já esta semana, o JN tinha dado conta de que uma das pessoas que visualizou o vídeo era um superior hierárquico na altura - e que atualmente é militar da Guarda Nacional Republicana. Agora, o exército explica que "o superior hierárquico integrante do referido grupo do WhatsApp, também pertencia à categoria de Praças e tinha o posto de Cabo-Adjunto."

O militar condenado a sete anos de prisão por violação e devassa da vida privada, "possui à data um vínculo contratual com o Exército sob a forma de Regime de Contrato".

[Notícia atualizada às 14h13]

Leia Também: Exército não abriu inquérito a militares que receberam vídeo de violação

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