A participação foi referida pela fonte da autarquia do distrito de Lisboa numa resposta à Lusa.
O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) indicou de manhã que a adesão à greve rondou os 75%, referindo-se aos três turnos das 20:30 de domingo e das 04:00 e das 06:00 de hoje, e abrangeu sobretudo os trabalhadores da limpeza e higiene urbana da Empresa Municipal de Ambiente de Cascais (EMAC, detida pelo município e que atua sob a marca Cascais Ambiente).
A fonte da Câmara Municipal de Cascais referiu haver uma reunião marcada para 30 de abril, que "visa ouvir os trabalhadores e melhorar todos os aspetos que contribuam para o bem-estar social de todos os colaboradores", reiterando que os responsáveis estão, "como sempre, disponíveis para se reunir com o sindicato".
Relativamente às reivindicações dos trabalhadores, afirmou, apesar de algumas "já estarem inclusivamente a ser aplicadas, outras há que não são passíveis de negociação porque colocam em causa a viabilidade da própria empresa".
Ao início da manhã, em declarações à Lusa, Cátia Nunes, dirigente do STAL Lisboa, avançava que os trabalhadores estavam concentrados desde cerca das 03:30 à porta da empresa, em Alcoitão.
Cátia Nunes reconheceu que muitos dos trabalhadores hoje em greve "fazem mais de 40 horas semanais" e referiu que dentro da empresa há "discriminação entre trabalhadores", pois há alguns que fazem 35 horas.
Com a jornada de luta de 48 horas, os profissionais "exigem ser respeitados e a sua valorização profissional, reivindicando que a empresa celebre um Acordo de Empresa (AE) com o STAL, pondo termo a uma inaceitável espera de anos", explicou a dirigente.
Pretende-se que este AE seja o "mais célere possível" e que seja contemplado "um horário de trabalho de 35 horas, cinco dias por semana, com dois dias de descanso consecutivos".
Atualmente, na generalidade, os profissionais "trabalham seis dias da semana, sem qualquer compensação, e somente dispõem de um dia de descanso semanal". Além disso, "não têm planos de carreira".
São reclamados aumentos salariais dignos, além da progressão nas carreiras e a aplicação do suplemento de penosidade, insalubridade e risco.
Entre as reivindicações encontram-se também uma "regulamentação transparente" dos critérios de atribuição dos prémios de avaliação e o pagamento dos acréscimos remuneratórios devidos por prestação de trabalho suplementar aplicados antes das alterações ao Código do Trabalho em 2012.
No comunicado em que anunciava a paralisação, o STAL adiantava igualmente que estes trabalhadores recebem "um prémio mensal que não está regulamentado e que lhes pode ser retirado a qualquer momento, sem que se conheçam os seus critérios".
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