Marcelo em jantar da Associação 25 de Abril defende "celebração incontroversa"

O Presidente da República defendeu hoje, no início de um jantar promovido pela Associação 25 de Abril, que esta data histórica merece "uma evocação, celebração incontroversa" e agradeceu aos capitães de Abril o seu "gesto histórico".

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Lusa
24/04/2025 21:52 ‧ há 3 horas por Lusa

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Presidente da República

"[O 25 de Abril] é um facto incontroverso, que merece uma evocação incontroversa, um agradecimento incontroverso e uma evocação, celebração incontroversa", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, perante centenas de pessoas, na Estufa Fria, em Lisboa.

 

A participação do chefe de Estado neste jantar comemorativo do 51.º aniversário do 25 de Abril de 1974, na Estufa Fria, em Lisboa, já estava prevista, mas apenas durante a tarde de hoje foi divulgada à comunicação social.

Marcelo Rebelo de Sousa não ficou para jantar e à saída, em passo apressado, para ir ver os debates políticos televisivos desta noite, recusou comentar a opção do Governo de adiar os "momentos festivos" do 25 de Abril da sua responsabilidade por causa do período de luto nacional pelo Papa Francisco, iniciado hoje.

Quanto à opção de abranger o 25 de Abril nos três dias de luto nacional que o Governo decretou, com o seu acordo, o chefe de Estado comentou: "Penso que o critério é aproximar, se possível, da data de funeral [do Papa, que será no sábado, 26 de Abril]".

"Também houve três dias de luto pela morte do Papa João Paulo II. E nessa ocasião, por exemplo, o Parlamento funcionou, embora não em sessão solene, mas em plenário, funcionou no dia intermédio", referiu.

Governo esclarece que

Governo esclarece que "não recomendou cancelar sessões do 25 de Abril"

Esclarecimentos surgem após serem decretados três dias de luto nacional pelo Papa Francisco - e de os partidos da oposição terem criticado o Executivo, que falou em "reserva relativamente às celebrações."

Notícias ao Minuto | 13:39 - 24/04/2025

Interrogado se vai participar em tudo o que tinha previsto para estes dias, o Presidente da República respondeu: "Sim, sim. Só houve um ponto em que eu tive um problema de calendário e acabei por pedir o adiamento para realizar no dia 02 de maio". 

O Presidente da República argumentou que é natural em liberdade e democracia haver "pontos de vista diferentes, mesmo sobre questões fundamentais" e escusou-se a "julgar os partidos" que tomaram posições diferentes sobre esta matéria.

À chegada à Estufa Fria, Marcelo Rebelo de Sousa caminhou lado a lado com Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, que hoje emitiu um comunicado a lamentar que o 25 de Abril tenha sido abrangido pelo luto nacional pela morte do Papa, quando no Vaticano o tradicional período de nove dias de luto terá início no sábado.

"Francisco era um homem de Abril. Cancelar a festa é ofender o Papa"

O Governo anunciou três dias de luto pela morte do Papa, sublinhando que deveria haver "reserva relativamente às celebrações. O presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, aponta que "cancelar uma festa [que é] a favor da Liberdade" como é a Revolução dos Cravos é ofender o Papa Francisco, "um homem de Abril."

Notícias ao Minuto | 08:24 - 24/04/2025

No discurso que fez no início do jantar, o chefe de Estado expressou "agradecimento e felicitação" aos capitães de Abril pelo seu "gesto histórico ao serviço de Portugal há 51 anos" e anunciou que tenciona "em tempo oportuno" condecorar a Associação 25 de Abril, "porque o último reconhecimento já foi antes de meados da década de 90".

Dirigindo-se aos militares de Abril, afirmou: "Muitos parabéns, valeu a pena. Por muito que haja quem diga que não valeu a pena, valeu a pena".

Marcelo Rebelo de Sousa mencionou que tem participado neste jantar quase todos os anos, por vezes acompanhado pelo primeiro-ministro ou pelo presidente da Assembleia da República, em reconhecimento da importância do 25 de Abril como um momento "incomparável" da História de Portugal, e prometeu voltar mesmo quando já não for Presidente.

"Isto é História, eu explicava aos meus alunos do Direito, de História Política, de Ciência Política, que é assim. E as pessoas têm de se habituar, porque é assim, é um facto incontroverso", considerou.

Por outro lado, o Presidente da República fez um agradecimento aos antigos deputados constituintes que foram eleitos há 50 anos - que também é o seu caso - e adiantou que vários deles, cerca de 60, estarão presentes na sessão solene comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República, na sexta-feira.

"Viva o 25 de Abril, viva a Associação 25 de Abril, viva o Movimento das Forças Armadas, viva os capitães de Abril", exclamou, no fim da sua intervenção.

[Notícia atualizada às 22h37]

Leia Também: Papa, Abril e dias de luto? "Excessivo" e remete para "valor conservador"

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