A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, assegurou, esta terça-feira, que o Governo tem a "preocupação" de colocar o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) "a funcionar de uma vez por todas" e que, apesar das falhas registadas durante o apagão de segunda-feira, as autoridades e serviços de emergência estiveram bem coordenados.
"Estamos a fazer uma análise relativamente à situação do SIRESP no sentido de pôr o SIRESP a funcionar de uma vez por todas. Isto é uma preocupação do Governo", disse a governante, em declarações aos jornalistas, na Figueira da Foz, no final da cerimónia do 147.º aniversário do Comando Distrital da PSP de Coimbra.
Interrogado sobre as críticas quanto à comunicação do Governo naquele dia, a ministra da Administração Interna sublinhou que a "preocupação foi coordenar, satisfazer todas as situações de emergência, como o funcionamento dos hospitais".
"Tudo isso foi feito e bem feito pela Proteção Civil, em coordenação com todas as forças e serviços de segurança", sublinhou, agradecendo "toda a resiliência e brevidade com que atuaram".
A ministra da Administração Interna frisou que os serviços e o sistema de segurança interna ativaram as suas células de crise para coordenar e priorizar a resposta operacional.
Para a governante, tratou-se de "uma situação nova, inédita, inopinada, que, como disse o primeiro-ministro, vai merecer uma comissão independente para avaliar todo o sistema e aquilo que é necessário para o tornar mais resiliente e mais forte".
Margarida Blasco adiantou que vai ser analisada toda a área da Proteção Civil, da saúde e das infraestruturas críticas, deixando rasgados elogios também ao comportamento dos cidadãos.
"O nosso povo perante uma situação inédita reagiu de uma forma muito positiva, obedecendo e acompanhando, mesmo participando em todas as ações que decorreram na rua, acompanhando as autoridades", disse a ministra da Administração Interna.
De recordar que, ontem, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu que existiram "anomalias no funcionamento" no SIRESP, que realçou não serem novas.
"Faremos uma avaliação muito rigorosa do que aconteceu desse ponto de vista para ultrapassarmos por uma vez os constrangimentos de comunicação que o mau funcionamento desse sistema tem trazido de forma sucessiva", disse.
Já hoje, em conferência de imprensa, o Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, adiantou que durante a falha de energia que ocorreu esta segunda-feira registaram-se várias "quebras do SIRESP", mas poderia haver "uma quebra total às 05h00 da manhã" de terça-feira, uma das razões pelas quais foi ativado o alerta laranja.
Apagão? Alerta laranja foi "precaução" e socorro "não esteve em causa"
O presidente da ANEPC, José Manuel Moura, garantiu que "nunca esteve em causa a boa prestação de socorro" durante a falha de energia e explicou que o nível de alerta foi elevado para laranja por "precaução", dado que havia concelhos que estavam a ter dificuldades com abastecimento de água.
Teresa Banha com Lusa | 11:48 - 30/04/2025Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11h30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do "apagão".
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu hoje de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado.
[Notícia atualizada às 14h19]
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