Em declarações à agência Lusa, Rubens Carvalho, presidente da ACP, explicou que o balanço sobre os prejuízos no comércio "está ainda a ser feito, porque nem todos os dados estão recolhidos nos vários setores que são diferenciados".
"Foi um dia perdido, sobretudo no comércio local, que é, sem sombra de dúvidas, aquele com prejuízos mais notórios, que serão sempre superiores ao do grande retalho", disse, considerando que na restauração os prejuízos "já foram anteriores ao período do almoço" e que nas mercearias, com arcas, a falta de energia "criou restrições no acesso" aos produtos.
Por seu turno, o vice-presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, em Lisboa, Vasco Melo, reconheceu que a maior preocupação dos lojistas desta zona da capital foi com a segurança caso a eletricidade não voltasse durante a noite, admitindo não ter sido feito "qualquer balanço".
Vasco Melo sublinhou à agência Lusa que durante a segunda-feira passada a "restauração esteve sempre a funcionar, nomeadamente as esplanadas", frisando que a consequência maior "foi na faturação", devido ao não funcionamento das caixas registadoras eletrónicas.
Reconhecendo que a associação "não fez um balanço" dos prejuízos do dia do apagão, Vasco Melo adiantou que no próprio dia do incidente a "maior preocupação dos lojistas passada à associação foi a questão da segurança durante a noite".
"Muitos dos comerciantes chegaram a dizer que iriam pernoitar nas lojas caso a falta de eletricidade se mantivesse durante a noite, não porque não conseguiam fechar os espaços, mas por uma questão de segurança", explicou.
De acordo com o responsável, a "Baixa de Lisboa não é perigosa durante a noite", apesar da presença de "alguns indesejáveis" e, "como as pessoas estavam algo alarmadas, tinham intenção de pernoitar nas lojas porque não havia sistemas de segurança".
"Mas, esteve sempre tudo a funcionar, o que facilitou a vida aos turistas", disse o responsável, adiantando que, pelas 14:00/15:00, a "loja da Zara do Rossio resolveu fechar", pelo que a "inatividade de grande parte das lojas aconteceu durante a tarde".
O presidente da Associação dos Comerciantes do Porto alerta, entretanto, que compete à tutela "arranjar soluções, instituindo uma resposta mais rápida para suprir a falta de energia quando [esta] é superior a duas/três horas".
Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, dia 28 de abril, durante cerca de 10 a 11 horas, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu, na manhã do dia seguinte, terça-feira, que o serviço estava já totalmente reposto e normalizado em Portugal.
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