"No dia 25 de Abril de 2025, militantes dos grupos nacionalistas e neonazis Ergue-te, 1143 e Habeas Corpus concentraram-se no Largo de São Domingos, junto ao Rossio. Esta manifestação, considerada pela própria PSP como sendo de elevado risco, não foi impedida nem devidamente contida pelas autoridades", criticam as organizações, em comunicado.
Na mesma nota enviada às redações, as 26 organizações signatárias criticaram a falta de um cordão de segurança, o que permitiu que os grupos ficassem no local onde "milhares de pessoas celebravam pacificamente o 25 de Abril" e exigiram uma "investigação rigorosa".
Perante a falta de uma "resposta firme por parte da PSP", houve "agressões físicas perpetradas por elementos destes grupos", segundo as organizações, que notaram como a PSP tem agido de forma "significativamente diferente (...) perante manifestações de teor antifascista e de defesa da democracia e dos direitos humanos".
O comunicado exemplificou como em setembro, no Largo do Intendente, em Lisboa, a PSP "cercou por completo o espaço e impediu entradas e saídas, alegando razões de segurança".
"Em contraste, a manifestação organizada pelo Chega no mesmo dia, com um discurso de hostilidade contra comunidades imigrantes, foi acompanhada pela PSP sem qualquer contenção", criticaram.
Referindo outros casos, foi identificado "um padrão alarmante: a PSP atua com dureza contra manifestações progressistas, democráticas, antirracistas e antifascistas, mas demonstra tolerância e passividade perante elementos de organizações de extrema-direita".
O partido Ergue-te agendou para esta tarde uma manifestação para a praça do Martim Moniz, no âmbito do encerramento da campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de domingo.
Com base no parecer do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, determinou "objetar a realização da manifestação e comício comunicados pelo partido Ergue-te", tendo em conta o "risco real e fundado de perturbação da ordem pública".
O autarca considera também que a manifestação é uma "afronta à dignidade de comunidades residentes em Lisboa e ameaça à convivência democrática", segundo o despacho a que a Lusa teve acesso.
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