A iniciativa é do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha (MCCB) em parceria com o Mosteiro da Batalha, as Grutas da Moeda e o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA), este no concelho vizinho de Porto de Mós, e o roteiro denomina-se "Narrativas da Pedra".
À agência Lusa, a conservadora do MCCB, Ana Moderno, explicou que o museu tem desenvolvido atividades com estes parceiros, sempre com o mesmo propósito, a defesa e a comunicação do património.
Segundo Ana Moderno, em 2024, no âmbito das Jornadas Europeias do Património, cujo tema era "Rotas, Redes e Conexões", houve uma reflexão sobre como é que se podia promover melhor estes espaços culturais e trazer outras dinâmicas turísticas à região, tendo surgido a ideia deste roteiro.
O mote foi a exposição "A pedra e a Batalha: da matéria à vida", que explica a evolução da pedra calcária desde a formação geológica à importância que assume na atualidade, patente no MCCB previsivelmente até 2027.
"Percebemos que a pedra é um ponto comum", afirmou Ana Moderno, salientando a sua presença na história do concelho e na construção do Mosteiro da Batalha, nas Grutas do Moeda, no museu e no CIBA, entre outros aspetos.
O roteiro "Narrativas da Pedra", disponível num folheto, "fala destes pontos, mas também faz ponte para outros locais de interesse", como as pedreiras históricas ou a Capela de São Jorge, sem esquecer a biodiversidade, disse Ana Moderno.
"Queremos dar a conhecer este roteiro e levá-lo a mais pessoas", adiantou a conservadora do MCCB, esclarecendo que pode ser feito de forma autónoma e exige meio de deslocação.
O roteiro "Narrativas da Pedra" sugere começar nas origens, nas Grutas da Moeda, em São Mamede.
Sob o mote "Água mole em pedra dura...", lembra-se que "a água vai esculpindo a pedra num vasto labirinto formado por grutas e algares", sendo nesta região que "se encontra a maior e mais importante região cársica do país -- o Maciço Calcário Estremenho -- marcado pela diversidade de relevos nascidos do encontro entre a pedra e as águas, ao longo de milhões de anos".
Já no Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, o convite é para conhecer "A pedra nos sapatos das tropas castelhanas", num espaço que recria "o confronto medieval, revelando as engenhosas táticas de batalha e as 'covas de lobo' [estruturas defensivas, comummente designadas de armadilhas] que ainda marcam o terreno desta região".
"Pedra sobre pedra... assim se constrói um Mosteiro" é a proposta para o Mosteiro da Batalha, mandado construir por D. João I, para celebrar a vitória na Batalha de Aljubarrota.
Património da Unesco -- Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, o monumento "dá corpo à arte de trabalhar esta matéria-prima com excelência arquitetónica e escultórica".
Quanto ao Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, assinala "A inclusão sem pedras no caminho", para destacar que é um "espaço com recursos acessíveis para todos", e onde pode ser vista a exposição dedicada à pedra na região, que "reúne geologia, etnografia, arte e economia".
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