Mais de mil pessoas já assinaram a petição pública que exige a suspensão imediata das quatro funcionárias de uma creche da Casa do Povo de Rabo de Peixe, na ilha açoriana de São Miguel, acusadas de maus-tratos a bebés e crianças, entre 1 ano e meio e 3 anos.
Para os signatários, a ordem do tribunal de reintegração das auxiliares em creches da instituição, pelo menos até ao fim do julgamento, "é inaceitável e coloca em risco a segurança, o bem-estar e a integridade das crianças ainda ao cuidado desta instituição".
De acordo com a Antena 1 Açores, três das acusadas estão de baixa e uma voltou à instituição, acabando por ser colocada na lavandaria.
Na passada sexta-feira, um dia depois de o caso começar a ser noticiado, cerca de uma centena de pessoas protestaram com o mesmo objetivo junto à Casa do Povo de Rabo de Peixe. Exigiam que as alegadas agressoras sejam afastadas da instituição.
Quem também está contra a decisão do tribunal é o presidente da Casa do Povo disse ao Açoriano Oriental.
As imagens registadas pelas câmaras de videovigilância - durante apenas três dias - não deixam, segundo o mesmo jornal, margem para dúvidas de que houve agressões. "Num dos momentos uma das funcionárias força uma bebé a comer, puxando o cabelo da menina para trás e enfiando a colher boca a baixo [...] um menino, a chorar compulsivamente, é forçado a comer o próprio vómito, enquanto ao lado, uma das acusadas agarra no capuz de um menino que está sentado e levanta-o quase meio metro do chão, sem que nada o justificasse", descreve o jornalista.
É ainda mais estranho que as funcionárias continuem a trabalhar quando o tribunal obrigou-as a "frequentar cursos, promovidos pela Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, destinados a agressores".
Para já, a situação mantém-se. O caso foi entregue ao Ministério Público (MP), que instaurou um inquérito para apurar o que realmente aconteceu no Centro de Apoio à Criança n.º 1, valência da Casa do Povo de Rabo de Peixe.
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