"É muito importante que nós, num prazo curto, atinjamos os 2% [do produto interno bruto de investimento em Defesa] para termos um patamar de crescimento que nos permita cumprir as metas a seguir", numa altura em que a NATO quer elevar essa despesa para os 5%, disse hoje o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, durante a conferência "40 Anos de Portugal na União Europeia: O Legado de Mário Soares e os Desafios do Futuro", em Lisboa.
Alcançar o objetivo dos 2%, "num prazo muito curto" -- ainda este ano -, será "um esforço grande", admitiu.
Rangel já tinha anunciado que Portugal cumprirá o objetivo dos 5%, caso seja essa a decisão da organização transatlântica, que realizará uma cimeira nos dias 24 e 25 de junho em Haia.
"Se a NATO tiver essa obrigação, é uma obrigação que nós temos de cumprir, se queremos ficar na NATO, e nós como somos um povo disciplinado, embora com grande flexibilidade e capacidade de improviso", comentou.
Defendendo que "isso é uma discussão que tem de ser feita neste momento", adiantou que o Governo debateu este tema com o "então líder da oposição", o PS, e lembrou que os três maiores partidos concordaram na necessidade de aumentar a despesa em Defesa, mas que as eleições legislativas antecipadas "paralisaram esta discussão".
Sem querer apontar prazos ou valores de investimento, matérias que estão a ser negociadas "nos bastidores" no âmbito da Aliança Atlântica, o governante recordou que a NATO propõe que os 5% sejam divididos em 3,5% em despesa militar e os restantes 1,5% em infraestruturas que podem ser civis e ter usos militares.
"É isso que está em cima da mesa. Agora, para que prazo? Esta é a grande questão que está a ser discutida, portanto, não está tudo negociado", comentou.
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