Continuam a surgir novos detalhes da polémica protagonizada esta quinta-feira pelo Chega no Parlamento e que envolveu a sua deputada Diva Ribeiro e a parlamentar do Partido Socialista (PS) Ana Sofia Antunes.
Em causa, recorde-se, está o facto de Diva Ribeiro ter acusado a deputada socialista Ana Sofia Antunes, que é cega, de só conseguir intervir em assuntos relacionados com inclusão. As declarações geraram indignação não só na bancada socialista, mas também por parte do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Social Democrata (PSD), que acusaram a bancada do Chega de continuar com este tipo de discurso com os microfones desligados.
De acordo com a CNN Portugal, a bancada do Chega teceu inúmeros insultos a vários deputados e contra a deputada Ana Sofia Antunes, a quem declararam injúrias como "aberração", "drogada" ou "pareces uma morta", tal como comprovou um repórter no local.
"O insulto 'aberração' ouviu-se da nossa bancada", confirmou Joana Mortágua, do BE à estação, referindo que não ouviu os restantes insultos, mas que sabe que há quem tenha ouvido.
Recorde-se que, logo após as palavras de Diva Ribeiro, Marina Gonçalves, vice-presidente da bancada socialista, condenou o sucedido, falando de "uma ofensa à honra da bancada parlamentar". "Aqui, nesta bancada, somos todos iguais", reforçou, recebendo aplausos.
Também durante a sessão, Joana Mortágua pediu a palavra, criticando algo dito pelo Chega "em off": "Dizer que, desta bancada, se ouviu bem e que espero que fique registado o bullying relativamente a uma pessoa com deficiência".
Hugo Soares, líder da bancada parlamentar do PSD, disse "acompanhar a reflexão" da deputada bloquista. "Muito mais do que aquilo que se continua a dizer - que eu acho que é demais, que é pouco urbano e pouco dignificante - com o microfone aberto, aquilo que está a acontecer nos apartes regimentais ultrapassa o bom senso, a educação, a urbanidade e a dignidade que a Câmara exige e que o país merece", completou o social-democrata.
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