Belém? "Marques Mendes nunca me apoiou. Já que não fui eu, convençam-me"

Pedro Santana Lopes confessou que as sondagens não eram "estimulantes" e, por isso, decidiu não avançar com uma candidatura a Belém.

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© Getty Images/Horacio Villalobos#Corbis

Carmen Guilherme
13/02/2025 23:22 ‧ há 5 dias por Carmen Guilherme

Política

Santana Lopes

O antigo primeiro-ministro e atual presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, excluiu-se totalmente da corrida a Belém. Apesar da sua recente reaproximação ao PSD, diz que ainda não sabe em quem irá votar nas Presidenciais e lembrou que Luís Marques Mendes "nunca" o apoiou "em nada"

 

Em entrevista à SIC Notícias esta quinta-feira, numa altura em que já anunciou a sua recandidatura à Câmara da Figueira pelo movimento independente Figueira a Primeira (FAP), com o apoio do PSD,  Pedro Santana Lopes confessou que as sondagens não eram "estimulantes" e, por isso, decidiu não avançar com uma candidatura a Belém. No entanto, considerou uma "honra muito grande" ser presidente de câmara e, por isso, não tinha preferência por Belém. 

"Eu adoro o trabalho que faço. Não sou hipócrita nem cínico, não vou dizer não, vou pensar, não sei, não gostava, aquelas coisas do costume, não. É uma honra suprema alguém servir o país na chefia do Estado, mas é um honra muito grande, também, ser presidente de uma câmara e ter a responsabilidade de governar para uma comunidade muito diversificada", apontou. 

Interrogado sobre o porquê de não ter avançado a Belém, foi claro: "Não tinha sondagens que fossem suficientemente estimulantes e, portanto, acho que devemos ser realistas, normalmente quando já temos idade para ter juízo"

Sobre Luís Marques Mendes, que já oficializou a sua candidatura às Presidenciais de 2026, o também antigo líder do PSD contou que teve oportunidade de o encontrar hoje, numa sessão na Câmara de Lisboa. "Disse-lhe isso mesmo: 'olhe boa sorte, tem aí uma corrida e peras, como se costuma dizer'. Não é que a minha vá ser fácil, não estou a dizer que vai ser fácil, mas cada uma em seu patamar", frisou. 

Marques Mendes nunca me apoiou em nada e várias vezes contribuiu para que eu saísse. Quando eu perdi as eleições com José Sócrates foi o primeiro a pedir a minha demissão

Interrogado sobre se irá apoiar Marques Mendes, sobretudo agora que se reaproximou do PSD, Santana Lopes afastou essa discussão para depois das Autárquicas. "Nas Presidenciais só vou pensar depois das Autárquicas", disse, defendendo que "pode haver outro alguém" que venha a anunciar uma candidatura e em quem queira votar. 

"Marques Mendes nunca me apoiou em nada e várias vezes contribuiu para que eu saísse. Quando eu perdi as eleições com José Sócrates foi o primeiro a pedir a minha demissão. Ele e Proença de Carvalho. Mas eu não tomo as minhas opções por essas razões. Feliz ou infelizmente, não sou vingativo", recordou.

Sobre o putativo candidato Henrique Gouveia e Melo, entendeu que o almirante "é melhor do que as pessoas pensam" e que será" interessante ouvi-lo nos debates", o que "não significa nenhuma simpatia política pela candidatura".

"Irei escolher aquele que me parecer o melhor na altura (...) já que não fui eu, convençam-me. Como não sou militante de um partido, pelo menos ainda, não estou obrigado à disciplina", rematou, sobre o tema.

Militante do PSD? "Pensar, penso. A questão não se coloca agora"

Pedro Santana Lopes falou ainda sobre o apoio do PSD à sua recandidatura à Câmara da Figueira. "A minha ligação ao PSD é conhecida, portanto, não foi para compensar", disse. 

O antigo primeiro-ministro reconheceu que o PSD tem agora um presidente que puxou por si, com uma "linha política" com a qual se identifica "mais". 

Interrogado sobre se é uma boa altura, tendo em conta o processo Tutti Frutti, cuja acusação visa vários autarcas do PSD, Santana Lopes respondeu: "Acho que sim, uma coisa não invalida a outra, acho que a população distingue. É um processo muito desagradável, mas eu acho que não abala a confiança dos portugueses nos autarcas".

Interrogado sobre se pensa em voltar a ser militante do PSD, reconheceu que sim, mas que ainda não decidiu. "Pensar, penso, não tomei decisão ainda, para ser franco. A questão não se coloca agora. Eu não posso. Sendo independente, não posso filiar-me até acabar o mandato, senão posso perder o mandato seguinte", completou.

Pedro Santana Lopes é o candidato do PSD à Câmara da Figueira da Foz

Pedro Santana Lopes é o candidato do PSD à Câmara da Figueira da Foz

Nas últimas eleições Autárquicas, em 2021, Santana Lopes candidatou-se à Câmara da Figueira da Foz como independente com o movimento 'Figueira A Primeira' (FAP).

Márcia Guímaro Rodrigues | 07:31 - 30/01/2025

Recorde-se que a Comissão Política Nacional (CPN) do PSD aprovou, na terça-feira, o apoio à recandidatura do ex-líder do partido Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal da Figueira da Foz. O antigo primeiro-ministro governa o município figueirense desde 2021, pela segunda vez, depois de ter sido presidente de Câmara duas décadas antes, entre 1997 e 2001.

Esta será a primeira vez que Pedro Santana Lopes concorrerá com o apoio do PSD desde que deixou o partido em 2018, depois de o ter liderado entre 2004 e 2005, altura em que foi também primeiro-ministro.

Leia Também: Movimento recandidata Santana Lopes à Figueira da Foz com apoio do PSD

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