Pedro Nuno acusa Executivo de "usar moção para condicionar CPI"

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, considerou hoje "indecoroso e inaceitável" que o Governo tenha tentado usar a moção de confiança como chantagem para condicionar a comissão de inquérito ao primeiro-ministro, recusando qualquer intransigência do seu partido.

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Lusa
11/03/2025 20:57 ‧ ontem por Lusa

Política

Crise política

No final da votação da moção de confiança ao Governo, cujo chumbo ditou a queda do executivo liderado por Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos lamentou, em declarações aos jornalistas, o que aconteceu no parlamento.

 

Segundo o líder do PS, "o que estava em discussão era uma moção de confiança ao Governo e não uma comissão de inquérito". Pedro Nuno acusou o executivo de ter querido "usar a moção de confiança para condicionar a comissão parlamentar de inquérito".

"O Governo quis usar a moção de confiança como chantagem", acusou, condenando aquilo que apelidou de "truques e manobras" que foram usadas pelos partidos que suportam o Governo ao longo do debate de hoje.

Considerando que o Governo quis "condicionar o parlamento e o apuramento da verdade", Pedro Nuno Santos considerou este posicionamento "indecoroso e inaceitável".

"Não se pode acusar o PS de intransigência quando este Governo só tem um Orçamento do Estado por causa do PS", defendeu.

Pedro Nuno Santos considerou que o Governo tentou "desesperadamente condicionar e determinar as regras de uma comissão parlamentar de inquérito", realçando que os socialistas propuseram "um tempo razoável" para este inquérito.

"As comissões parlamentares de inquérito normalmente têm 120 dias. A minha durou cinco meses. Propusemos um prazo abaixo do normal, 90 dias. Mas atenção: eram 90 dias, mas podendo ser prorrogáveis, como todas as comissões de inquérito porque ao longo de uma comissão de inquérito podem suscitar-se questões que têm que ser clarificadas e, por isso, não se coloca um 'terminus' inflexível numa comissão parlamentar de inquérito", criticou.

Na opinião de Pedro Nuno Santos, "isso só se faz quando se quer fugir do apuramento da verdade".

"A atitude do PSD e do Governo no dia de hoje é grave. Eu digo mais: foi uma atuação vergonhosa de alguém que não tem condições, nem dimensão, nem estatuto para governar o nosso país", argumentou.

O líder do PS acusou o executivo e o Grupo Parlamentar do PSD de terem tentado "primeiro, uma comissão privada de inquérito", aludindo aos pedidos dos sociais-democratas para uma reunião a meio dos trabalhos parlamentares.

"Ainda antes da proposta de prazo de 15 dias, a primeira tentativa foi um arranjinho entre o PS e o PSD para acertarem os termos da CPI ou para que o PS pudesse ver os documentos à porta fechada e se estivesse satisfeito desistisse da CPI", afirmou.

Na ótica do secretário-geral socialista, o PSD quis "no limite criar a ideia de intransigência do PS".

"Os portugueses não são tontos, não se goza com o povo português, não se goza com os parlamentos, com os partidos políticos e com os grupos parlamentares", avisou, insistindo que o PS fez tudo para que o Governo tivesse condições para trabalhar.

Pedro Nuno Santos realçou ainda que Montenegro "não se vai livrar de dar esclarecimentos".

"Com CPI, sem CPI, CPI antes das eleições ou depois, as questões que estão por responder são fundamentais para todos nós. Quebrou-se a confiança no primeiro-ministro e não há nenhuma manobra do líder parlamentar do PSD que salve Montenegro de ser claro e transparente", frisou.

Para os socialistas, o que veio a público "já é suficiente para a condenação dos atos do primeiro-ministro".

A Assembleia da República chumbou hoje a moção de confiança apresentada pelo Governo, provocando a sua demissão.

Votaram contra a moção de confiança o PS, Chega, BE, PCP, Livre e deputada única do PAN, Inês Sousa Real. A favor estiveram o PSD, CDS-PP e a Iniciativa Liberal.

[Notícia atualizada às 21h37]

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