"Perigo" de revisão constitucional "mantém-se no horizonte", diz BE

A coordenadora do BE considerou hoje que "o perigo" de uma revisão constitucional à direita se mantém, apesar de o primeiro-ministro a ter afastado de momento, e que o próximo Orçamento do Estado trará "novas políticas de cortes sociais".

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Lusa
30/05/2025 13:08 ‧ ontem por Lusa

Política

Bloco de Esquerda

"As hipóteses de uma revisão constitucional feita à direita, quer com a Iniciativa Liberal, quer com o Chega, que muito têm preocupado os partidos do campo democrático, do campo mais à esquerda e que têm preocupações sobre o Estado Social e sobre as liberdades coletivas e individuais do nosso país, essa revisão constitucional mantém-se no horizonte, mesmo tendo o primeiro-ministro dito ontem que não será um projeto no imediato", defendeu Mariana Mortágua.

 

A deputada única do BE falava aos jornalistas numa conferência de imprensa na sede nacional do partido, um dia depois de o presidente do PSD e primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, ter afirmado que a revisão constitucional é "um assunto arrumado" neste momento.

Na ótica dos bloquistas, não só existe e se mantém "o perigo desta revisão", como há "riscos que se materializam já no próximo Orçamento do Estado".

"Já assistimos no passado como, independentemente da Constituição, foi possível privatizar serviços públicos, privatizar importantes empresas públicas por governos de direita, como foi possível cortar pensões, salários, como foi possível enfraquecer o Estado Social mesmo no quadro constitucional existente", acusou Mariana Mortágua.

A deputada única anteviu "novas políticas de cortes sociais", argumentando que "com os níveis de crescimento económico que se preveem, mas também os compromissos do Governo em termos de gastos militares", existe "uma quadratura do círculo" que os bloquistas não entendem "como pode ser feita sem cortes na despesa social e noutras áreas do Estado".

O BE "estará atento", garantiu a líder, que terá "um papel de oposição" na próxima legislatura.

Sobre a moção de rejeição ao programa de Governo anunciada pelo PCP, Mariana Mortágua respondeu que "há condições" para o BE votar a favor, mas rejeitou comprometer-se antes de ler o texto dos comunistas.

Interrogada sobre as eleições presidenciais de janeiro, depois de na quinta-feira Henrique Gouveia e Melo ter apresentado formalmente a sua candidatura e o Conselho Nacional do PSD ter aprovado o apoio a Luís Marques Mendes, Mariana Mortágua salientou que as candidaturas são de natureza individual, e não partidária, e insistiu que o BE continua "na expectativa" de que surja uma figura "que possa agregar um campo à esquerda, um campo democrático, um campo da defesa dos direitos sociais, dos direitos humanos, do direito internacional".

Rejeitou comentar nomes em particular, reiterando que seria importante o surgimento de uma "candidatura suprapartidária e que pudesse unir vários setores da esquerda e do campo democrático", num momento em que existem várias "candidaturas à direita já definidas".

Leia Também: Montenegro reitera que revisão constitucional é "assunto arrumado"

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