"O Chega não vai viabilizar a moção de rejeição ao programa de Governo"

 O presidente do Chega, André Ventura, disse hoje que o partido não vai acompanhar a moção de rejeição do programa do próximo governo anunciada pelo PCP, considerando que uma nova crise política "é indesejável".

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
29/05/2025 17:18 ‧ ontem por Lusa

Política

CHEGA

"O Chega não vai viabilizar a moção de rejeição que será discutida na Assembleia da República em relação ao programa de governo. Não permitiremos que soluções irresponsáveis e irrealistas criem uma nova crise política quando os portugueses querem estabilidade e querem um governo e um Parlamento operacionais e com capacidade de funcionar e de continuar a trabalhar e de apresentar soluções por Portugal", afirmou.

 

O líder do Chega falava aos jornalistas à saída de uma audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, onde disse ter sido recebido "na qualidade de segundo maior partido do país e do parlamento e na qualidade também de partido que lidera a oposição à maioria do governo".

André Ventura disse que deu a Marcelo Rebelo de Sousa a garantia de que "não inviabilizará a entrada em funções do governo", considerando "impensável, indesejável que se crie uma crise política".

O presidente do Chega disse também que, caso o seu partido saia vencedor numas próximas eleições legislativas, espera do PSD "a mesma tolerância democrática" de que "quem vence deve governar".

O líder do Chega afirmou também que o seu partido "foi mandatado para ser o líder da oposição e vai exercer as funções com responsabilidade de liderança dessa oposição, procurando garantir ao país que há uma maioria pronta e alternativa para governar Portugal quando e como essa situação se coloque".

Ventura defendeu que o Chega apresentar-se como "alternativa ao governo que está em funções" e recusou ser "muleta do governo", argumentando que "não se pode ser alternativa e suporte do Governo ao mesmo tempo".

"O Chega foi eleito para liderar a oposição, e não para sustentar a governação", salientou.

André Ventura referiu que o Chega "continuará a fazer a mesma oposição firme que tinha vindo a fazer até aqui, sem estar a pensar nos momentos mais ou menos convenientes em que possa ser mais útil ou menos útil haver uma qualquer reavaliação política".

"O governo deve sentir que tem no Chega um adversário de respeito, um adversário que quer estabilidade e credibilidade, mas nunca deve presumir nem nunca deve pensar que tem no Chega uma espécie de espelho do Partido Socialista que feche os olhos à corrupção, que feche os olhos aos conflitos de interesses dentro do governo ou à promiscuidade dentro do governo, ou que feche os olhos ao fenómeno da imigração ou da insegurança", alertou.

E afirmou que "o Chega não quer instabilidade, o Chega vai ser líder da oposição de respeito e de credibilidade", mas não dará "cartas brancas".

Questionado se também permitirá a viabilização do Orçamento do Estado para o próximo ano, recusou adiantar o sentido de voto por ainda não conhecer o documento.

"O que vimos no último ano foi que o PSD preferiu fazer um Orçamento do Estado à medida do Partido Socialista e não um Orçamento do Estado que fosse de encontro àquilo que era a maioria do parlamento", criticou, voltando a dizer que não dará "cartas brancas" ao governo.

"Eu diria que se PS e PSD se entenderam durante 50 anos a fazer orçamentos, a distribuir lugares, porquê é que agora não fazem mais um ou dois? Quer dizer, foi sempre assim", propôs, admitindo apoiar algumas medidas se forem "boas para o país".

André Ventura voltou a admitir avançar com a comissão de inquérito ao caso Spinumviva, dizendo que essa possibilidade será avaliada pelo partido depois de conhecidos os esclarecimentos solicitados pelo Ministério Público.

"Habituem-se, porque há mesmo uma nova forma de fazer oposição, vai haver escrutínio a sério do governo", indicou.

Sobre as eleições presidenciais, voltou a dizer que é "menos provável hoje, devido à situação política e à responsabilidade" que mantenha a sua candidatura, e indicou que o "Chega não decidiu ainda se terá candidato próprio ou não e que avaliação faz dos candidatos que se apresentam", remetendo a questão para mais tarde.

[Notícia atualizada às 18h37]

Leia Também: AO MINUTO: Chega "será líder da oposição"; PS 'passa' programa do Governo

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