"PS teve resultado muito amargo". País quer "centralidade de valores"

O antigo ministro da Administração Interna salientou que o PS tem pela frente "um caminho muito difícil, com muitos obstáculos".

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© Rita Chantre / Global Imagens

Notícias ao Minuto
28/05/2025 23:55 ‧ há 2 dias por Notícias ao Minuto

Política

PS

O candidato a secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, assumiu, esta quarta-feira, que os socialistas sofreram “um resultado eleitoral muito amargo” nas eleições legislativas, tendo considerado que “os portugueses querem que o PS volte a recuperar a centralidade dos seus valores e princípios”.

 

"São dias difíceis, naturalmente porque o PS teve um resultado eleitoral muito amargo. Mas não é a primeira vez que isto acontece. Já tivemos momentos da nossa história em que tivemos resultados que andaram na casa dos 22, 23%. O PS é um grande partido, com história, identidade, com grande enraizamento no território continental, nos Açores, na Madeira e também na diáspora. Portanto, estou convicto que esta capacidade e esta relação do PS com os portugueses vai de novo reconstituir-se", disse, em declarações ao programa Grande Entrevista, da RTP3.

O antigo ministro da Administração Interna apontou ainda que o PS tem pela frente "um caminho muito difícil, com muitos obstáculos", apesar dos bons resultados anteriormente obtidos.

"Quando tivemos esses resultados, a grande maioria dos jovens estavam com o PS e com a Esquerda. Hoje ocorre, talvez, o contrário, e esse é um dos maiores desafios que temos de enfrentar, assim como conseguirmos chegar às classes médias, àqueles que inovam, que criam, que querem autonomia, condições para se autodeterminarem na sua vontade", disse.

José Luís Carneiro recordou que, "pela primeira vez, o PS não elegeu nenhum deputado pela emigração", tornando-se a terceira força política em Portugal, em detrimento do Chega.

"Infelizmente, não apostámos no deputado Paulo Pisco, que fez sempre um trabalho de grande proximidade, e foi essa proximidade que levou a que tivéssemos conseguido alcançar dois deputados em 2019 e termos eleito também um por Fora da Europa, estando com as pessoas nos momentos mais críticos", disse.

E complementou: "O PS tem de ter a humildade democrática de reconhecer os resultados e compreender a mensagem que foi transmitida por parte dos portugueses. Os portugueses querem que o PS volte a recuperar a centralidade dos seus valores e princípios, particularmente na sua relação com as pessoas."

Ainda assim, e apesar do cenário que se reconfigura, o candidato à liderança dos socialistas sublinhou que "o PS é o grande partido político português".

"Estamos em 152 Câmaras Municipais, maioritariamente. Desde 2013 que encetámos um processo de crescimento autárquico; hoje estamos na maioria das freguesias, municípios e as populações conhecem bem o PS. Sabemos bem que estes valores vivem nos corações das pessoas", argumentou.

O socialista deixou ainda "uma palavra de reconhecimento" a Pedro Nuno Santos, "pela entrega de uma vida aos valores e aos princípios do PS".

"Mais do que isso, dar conta de que gostaremos de contar com ele na vida política ativa, naquilo que ele entender que se sentirá bem", complementou.

O antigo ministro recordou ainda que "tudo se iniciou com uma declaração em fim de uma reunião de Conselho de Ministros, em que o primeiro-ministro disse que não tinha mais explicações a dar aos partidos da oposição".

"É, aliás, essa a decisão que leva à adoção por parte da Direção Nacional do PS da constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Na altura, manifestei-me no grupo parlamentar como adverso à decisão. Contudo, foi-me explicitado que o PS adotou um agendamento potestativo precisamente para evitar o que se veio a verificar ao famoso caso das gémeas", disse.

No que diz respeito à sua disponibilidade para assumir o cargo deixado por Pedro Nuno Santos, José Luís Carneiro rejeitou ter tido pressa em avançar, ao mesmo tempo que salientou ter recebido "centenas de mensagens de apoio".

"Entendo que tenho o dever de ser candidato à liderança do PS pela experiência política que adquiri, no desempenho de múltiplas funções, todas elas com grande proximidade com as pessoas e instituições, e um sentido de missão. Fui eleito presidente da Câmara [de Baião] muito novo, antes disso vereador da oposição. Sei o que é estar na oposição e sei bem a importância das maiorias respeitarem as minorias", justificou.

Leia Também: "Chega foi o partido mais votado pelos portugueses no mundo inteiro"

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