A descoberta do planeta HD 20794 d, descrita num artigo hoje publicado na revista científica Astronomy & Astrophysics, "representa um avanço significativo na busca por vida no Universo e é um excelente laboratório que irá permitir à equipa modelar e testar novas hipóteses na procura de vida no Universo", refere em comunicado o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, que participou no trabalho com vários investigadores.
O planeta em causa é considerado uma "superterra", por ter uma massa maior do que a massa da Terra, e "cruza a zona habitável" da estrela HD 20794, "uma estrela semelhante ao Sol" a 20 anos-luz da Terra.
A zona habitável de uma estrela é a região em que "as temperaturas são suficientemente amenas para que possa existir água no estado líquido à superfície de um planeta rochoso".
A água líquida é uma condição essencial para a vida tal como se conhece.
Apesar da descoberta promissora, o comunicado ressalva que o facto de um planeta estar na zona habitável da estrela "não é, por si só, garantia que haja água líquida", assinalando que Marte "está na zona habitável do Sol", embora não existam atualmente provas de que o planeta possa albergar vida.
A equipa de astrofísicos detetou o planeta HD 20794 d após analisar dados obtidos de medições das velocidades radiais da estrela-hospedeira feitas durante cerca de 20 anos com dois espetrógrafos instalados em dois telescópios do Observatório Europeu do Sul, no Chile.
Ambos os instrumentos "conseguem medir minúsculas variações na velocidade das estrelas, provocadas pela atração gravitacional dos planetas sobre a sua estrela-mãe", esclarece o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.
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