De acordo com o trabalho, oito em cada dez jornalistas (81,7%) usam ferramentas de IA no seu trabalho, sendo que quase metade (49,4%) usam IA diariamente, com 52,4% a admitir que a IA impactou significativamente no seu trabalho.
Os jornalistas recorrem sobretudo a inteligência artificial generativa (GenAI) para redigir e editar conteúdo, transcrições, verificação de factos e pesquisa, o que pode ser justificado, segundo o estudo, com a poupança de tempo e eficiência que o uso destas ferramentas permite.
Apenas 13% dos inquiridos relatam que a sua redação tem uma política formal para o uso de IA, apontando falta de políticas de regulamentação nesta matéria.
Cerca de 49% dos inquiridos revelam preocupação com a IA e a consequente ampliação de conteúdo falso ou enganoso, sendo que muitos temem que a dependência excessiva de IA possa enfraquecer o julgamento editorial.
O facto de a IA estar a automatizar tarefas como resumos de notícias e criação de conteúdo faz com que alguns jornalistas temam que isso possa levar à perda de empregos, principalmente para os cargos mais básicos.
Além disso, 57,1% dos participantes no estudo destacaram as preocupações éticas associadas ao uso de IA.
"Seria bom ver mais discussões sobre questões éticas com o uso da IA na comunidade profissional", disse uma das jornalistas inquiridas.
Para os autores do estudo é necessário incentivar o exercício e desenvolvimento de habilidades de alfabetização em IA, regulamentação e políticas, bem como garantir um acesso equitativo a todos os profissionais.
A Thomson Reuters Foundation é uma organização global de serviços profissionais que trabalha no desenvolvimento internacional e para este estudo contactou mais de 200 jornalistas de mais de 70 países do sul global.
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