O sistema, desenvolvido pela empresa privada Galactic Energy em colaboração com institutos de investigação estatais, o governo municipal de Ziyang (na província central de Sichuan) e a China Aerospace Science and Industry Corporation (CASIC), utilizará ímanes supercondutores para acelerar os foguetões a velocidades supersónicas antes da ignição, numa estrutura semelhante a um comboio maglev, mas orientada verticalmente.
De acordo com os seus criadores, esta tecnologia duplicaria a capacidade de carga, reduziria significativamente os custos operacionais e facilitaria lançamentos mais frequentes com menos manutenção, adiantou na terça-feira o jornal de Hong Kong South China Morning Post.
O objetivo a longo prazo é tornar os lançamentos de foguetões tão frequentes, previsíveis e eficientes como as viagens diárias de comboio de alta velocidade, integrando-os numa infraestrutura tecnológica utilizada regularmente.
No entanto, os especialistas alertaram que ainda existem obstáculos técnicos, como a precisão de voo e a resistência térmica durante a subida inicial.
A plataforma de verificação está a ser construída pela CASIC e pelo governo de Ziyang. Em setembro de 2023, um teste de levitação magnética utilizando supercondutores de alta temperatura atingiu uma velocidade de 234 quilómetros por hora numa pista de 380 metros, como parte das verificações técnicas iniciais do projeto.
Fundada em 2018, a Galactic Energy realizou 18 lançamentos bem-sucedidos do seu foguetão Ceres-1, com um total de 77 satélites colocados em órbita.
O mais recente, a 21 de março, colocou seis satélites meteorológicos numa órbita heliossíncrona.
A empresa está também a trabalhar no desenvolvimento do Ceres-2, com uma capacidade de carga útil até 3,5 toneladas, em comparação com os 400 quilogramas do modelo anterior.
Em setembro de 2023, no entanto, um dos seus lançamentos falhou devido a "desempenho anormal em voo", de acordo com a empresa.
Poucos dias antes, a Galactic Energy tinha-se tornado a primeira empresa privada chinesa a realizar um lançamento bem-sucedido do mar.
Cientistas chineses já começaram a investigar sistemas semelhantes para o ambiente lunar, com o objetivo de transportar materiais como o hélio-3 da superfície do satélite terrestre utilizando catapultas eletromagnéticas, eliminando assim a necessidade de grandes quantidades de combustível.
Embora o plano ainda esteja numa fase preliminar, a iniciativa faz parte da estratégia do governo chinês para consolidar a sua indústria aeroespacial comercial.
A China tem investido fortemente no seu programa espacial nos últimos anos, alcançando marcos como a aterragem da sonda Chang'e 4 no lado oculto da Lua, a chegada a Marte e a construção da estação espacial Tiangong, que irá operar durante cerca de dez anos.
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