Astrobióloga admite que China pode ganhar corrida para trazer amostras de Marte

A principal astrobióloga da missão que vai explorar a maior lua de Saturno mostrou-se hoje confiante de que a China irá ganhar aos Estados Unidos e ser o primeiro país a trazer amostras de Marte.

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Lusa
26/04/2025 12:00 ‧ há 10 horas por Lusa

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Exploração Espacial

"A China fez enormes progressos e até aposto que serão os primeiros a trazer amostras de Marte", disse Catherine Neish, professora na Universidade do Leste do Ontário, no Canadá.

 

No início de março, Sun Zezhou, responsável pelo desenho das sondas chinesas para Marte, disse que a China continua a fazer progressos na missão, apelidada de 'Tianwen-3', que deverá trazer amostras do planeta vermelho por volta de 2030.

A recolha de amostras poderá pôr fim à especulação científica e "indicar que existe ou existiu vida em Marte", sublinhou Catherine Neish.

A Tianwen-3 terá como objetivo aterrar e recolher amostras num único ponto do planeta vermelho, dando prioridade a diversas regiões geológicas como Chryse Planitia e Utopia Planitia, de um total de 86 localizações possíveis.

Estas áreas, que incluem linhas costeiras, deltas e lagos antigos, são consideradas candidatas à procura de possíveis formas de vida preservadas nos seus sedimentos.

Neish é a líder da equipa de astrobiologia da missão Dragonfly, da NASA, que deverá partir da Terra em 2027, com destino à lua Titã, que, segundo estudos, poderá também ter condições para suportar vida.

Em janeiro, a agência aeroespacial dos Estados Unidos anunciou que está a considerar duas opções para realizar a complicada e dispendiosa tarefa de transportar para a Terra as amostras de solo marciano recolhidas pelo robô Perseverance em 2021, algumas envolvendo parcerias com privados.

As opções iriam custar entre 5,8 e 7,7 mil milhões de dólares (entre 5,1 e 6,8 mil milhões de euros) e trazer as amostras para a Terra entre 2035 e 2039, disse o então administrador cessante da NASA, Bill Nelson.

Mas Neish admitiu que esta missão "está em terreno instável" e recordou que o Governo dos Estados Unidos pretende, na proposta de Orçamento para 2026, cortar em 47% o financiamento da NASA para investigação científica.

A canadiana falava à margem de uma sessão, dedicada ao papel do continente asiático na exploração espacial, da Cimeira das Universidades da Ásia, que terminou hoje na região semiautónoma chinesa de Macau.

No início de março, Sun Zezhou advertiu que a missão em Marte coloca desafios únicos, principalmente "devido à sua distância da Terra" e às "grandes diferenças em relação à Lua".

"Marte é o planeta mais parecido com a Terra, por isso o mundo quer explorá-lo", disse o representante da empresa estatal Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China.

A China tem investido fortemente no seu programa espacial nos últimos anos, tendo alcançado marcos como a aterragem da sonda Chang'e 4 no lado mais distante da Lua, a aterragem em Marte e a construção da estação espacial Tiangong.

Leia Também: China lançou três astronautas para a sua estação espacial Tiangong

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