"O futuro do mercado de TI: Já não basta saber programar?"

Artigo de opinião assinado por Luís Silva, presidente da Porto Tech Hub.

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© Imagem cedida por Luís Silva

Notícias ao Minuto
27/05/2025 13:43 ‧ ontem por Notícias ao Minuto

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Tecnologias da Informação

"A tecnologia – e, consequentemente, o mercado das Tecnologias da Informação (TI) - é pautada por flutuações, com ciclos de crescimento acelerado seguidos de períodos de layoff. Apesar disso, uma coisa é certa: não deixa de evoluir. Desde os computadores que enchiam salas em 1890 ao 'boom' da internet, da bolha das 'dotcom' ao crescimento impulsionado pela altura da pandemia, a tecnologia nunca passou por um momento entediante.

 

Mas, ao fim ao cabo, o que significa isto para os profissionais deste setor?

Não há como negar que a procura por soluções digitais tem levado a um crescimento significativo da oferta tecnológica: o crescimento da IA generativa, cibersegurança, DevOps e desenvolvimento de software são algumas das áreas onde mais sentimos impacto na procura por profissionais qualificados. E não sou apenas eu que o digo – de acordo com um estudo da Experis, o Tech Talent Outlook, as empresas de TI a nível global tencionam voltar a apostar no recrutamento este trimestre, depois do mais recente ciclo de redução na contratação. Significa isto que, com o surgimento de cada vez mais inovações, aumenta também a necessidade por mão-de-obra especializada. 

No campo tecnológico, as empresas estão neste momento a investir, essencialmente, em transformação digital e inovação tecnológica. Com isto, cresce inevitavelmente a procura por talento - mas não por qualquer talento.

As exigências mudaram (aliás, estão sempre a mudar) e as competências mais procuradas estão agora fortemente ligadas à especialização: inteligência artificial (IA), 'cloud computing', cibersegurança e análise de dados são algumas das tecnologias emergentes em maior expansão. 

O que o mercado procura hoje são profissionais capazes de integrar conhecimento técnico com pensamento estratégico. Não basta saber programar – é preciso saber resolver problemas complexos.

A IA, por exemplo, não serve apenas para automatizar tarefas, mas sim para transformar a forma como se tomam decisões de negócio e como se personalizam experiências. Por sua vez, a 'cloud' oferece flexibilidade e escalabilidade, enquanto a cibersegurança se tornou vital para proteger dados e garantir confiança em ambientes digitais cada vez mais expostos.

E, já que falamos em dados, áreas como o Big Data e Data Science estão a ganhar mais protagonismo ao permitirem que empresas baseiem as suas estratégias em dados reais. 

A par destas tendências, contamos também com o avanço do 'nearshoring' – a tendência de relocalizar operações para geografias mais próximas e acessíveis –, no qual países como Portugal representam uma alternativa viável no panorama europeu e cidades como o Porto ganham destaque face a capitais mais caras. A escassez de talento tecnológico é um problema à escala europeia, e Portugal reúne condições que o tornam apto para acolher operações internacionais, mas também para desenvolver inovação própria.

É neste cenário que o Porto se afirma como um polo tecnológico de referência na Europa.

A cidade tem vindo a atrair cada vez mais empresas internacionais, beneficiando de uma combinação rara de talento qualificado, qualidade de vida e custos operacionais competitivos. A acrescentar, parcerias entre universidades e empresas garantem uma formação mais alinhada com as exigências reais do mercado. Além disso, o talento local já colabora de perto com equipas globais, participando em redes de inovação e programas como o Horizonte Europa, exportando 'know-how' e soluções tecnológicas com ADN português.

Agora, é necessário preparar o talento para o futuro que já chegou.

Estamos a construir um novo “normal” tecnológico e, para o talento que quer fazer parte dele, saber programar é apenas o ponto de partida. As oportunidades estão a crescer, tal como os requisitos e, como não poderia deixar de ser, também o setor em si está em mudança. No que diz respeito à educação, a formação contínua e a reconversão profissional tornaram-se pilares estratégicos para responder a este mercado. O verdadeiro distintivo para os profissionais de TI está, por isso, na capacidade de aprender continuamente, adaptar-se e colaborar para resolver desafios complexos em contextos globais."

Leia Também: Meta já treina IA com dados de utilizadores europeus. Eis como impedir

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