Duas coproduções portuguesas no festival suíço de cinema Visions du Réel

Os filmes 'Aurora', do franco-brasileiro João Vieira Torres, e 'Nuit obscure - 'Ain't I a Child?'', do francês Sylvain George, ambos com coprodução portuguesa, vão competir no Festival Visions du Réel, em abril em Nyon, na Suíça.

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Lusa
12/03/2025 22:24 ‧ ontem por Lusa

Cultura

Cinema

A programação completa da 56.ª edição foi hoje revelada pela organização, contando com duas coproduções portuguesas na competição internacional de longas-metragens, além da já anunciada retrospetiva dedicada à realizadora portuguesa Cláudia Varejão.

 

'Aurora' é um registo documental do realizador franco-brasileiro João Vieira Torres, feito em coprodução com França e Portugal, pela produtora Primeira Idade e com apoio financeiro do Instituto do Cinema e Audiovisual.

Na sequência de um sonho, João Vieira Torres partiu à procura dos filhos que a sua avó Aurora, parteira, ajudou a nascer. "Ao longo dos encontros com os vivos e os mortos, descobre destinos trágicos que retratam uma história estrutural de violência contra mulheres", refere o festival sobre este filme.

Também na competição internacional de longas-metragens, e igualmente em estreia mundial, figura 'Nuit obscure - 'Ain't I a Child?'', do realizador francês Sylvain George e coproduzido entre a Suíça e Portugal, pela Kintop.

De acordo com o festival, este filme é o "capítulo final de uma trilogia sobre políticas de migração" que o realizador fez, acompanhando três jovens de Marrocos em Paris.

Este terceiro documentário junta-se a 'Nuit obscure - 'Feuillets sauvages' (2022) e 'Nuit obscure - 'Au revoir ici, n'importe où'' (2023).

No Visions du Réel estarão também presentes, em estreia suíça, os filmes 'Tardes de solidão', um retrato da tauromaquia espanhola pelo realizador Albert Serra, e "Pedras Instáveis", filme experimental da polaca Ewelina Rosinska inspirado em paisagens portugueses, ambos com coprodução portuguesa.

A 56.ª edição do Visions du Réel está marcada de 04 a 13 de abril.

Este ano, o Visions du Réel presta homenagem à realizadora Cláudia Varejão, estando prevista uma 'masterclass' e uma retrospetiva, com quatro longas-metragens e sete 'curtas', filmes "profundamente contemporâneos" e que partilham de uma "forte perspetiva feminista", refere o festival.

Realizadora, argumentista e artista visual "profundamente em sintonia com o mundo sensível", Cláudia Varejão é autora de documentário e ficção, através do qual aborda questões sobre emancipação, relações pessoais e a vida quotidiana.

No seu cinema já deu voz à juventude 'queer' açoriana, em 'Lobo e Cão' (2022), retratou mulheres refugiadas em Portugal, na curta-metragem 'Kora' (2024), filmou japonesas pescadoras que mergulham em apneia nas águas do Pacífico, em 'Aman-san' (2016), ou ainda os bailarinos da Companhia Nacional de Bailado, com 'No escuro do cinema descalço os sapatos' (2016).

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