Sofia Leão: "O meu pai dizia-me para fazer o que estava a sentir"

Sofia Leão vai lançar o álbum de estreia no dia 9 de maio e já deu a conhecer dois temas, 'Valsa' (lançado no dia 28 de fevereiro) e 'Não me conheço' (no dia 4 de abril). Em conversa com o Notícias ao Minuto, a jovem artista falou deste primeiro trabalho e não deixou de partilhar também os conselhos que recebeu do pai, Rodrigo Leão.

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© Tristão de Quiroga

Marina Gonçalves
08/05/2025 08:48 ‧ há 9 horas por Marina Gonçalves

Cultura

Sofia Leão

Apesar de ser agora que se lança a solo no mundo da música, com o álbum de estreia 'Mar' (composto por 12 temas), Sofia Leão desde sempre teve presença neste meio artístico. Filha de Rodrigo Leão (e rodeada de músicos), era quase inevitável que a sua vida não fosse parar à música. Mesmo o seu percurso foi direcionado nesse sentido.

 

Aos 13 anos, Sofia Leão gravou pela primeira vez com o pai, Rodrigo Leão, participou em 'Bailarina', tema do álbum 'O Método' e que contou também com a participação do coro da Associação Musical dos Amigos das Criança (AMAC). E foi nesta instituição, AMAC, que estudou piano clássico. 

"E os meus irmãos mais velhos também estavam lá [na AMAC]… Não me lembro de ter sido eu a dizer 'quero ir para a música', mas fui. Estive ligada à música desde pequenina, ouvia muita música em casa, e escolhi piano. Depois tive as cadeiras obrigatórias, coro... Já cantava muito desde pequenina, mas o coro ajudou-me a perceber que gosto mesmo de cantar e aprendi muita coisa também", recordou em conversa com o Notícias ao Minuto.

Sobre o trabalho por trás deste álbum de estreia, Sofia Leão explicou que "foi há cerca de três anos que começou com os primeiros esboços instrumentais". E, diz, foi-lhe "muito estranho escrever letras", sobretudo escrever em português.

"Pegava num bocadinho de papel e escrevia umas frases, depois iam todas para o lixo… Uma noite comecei a escrever, experimentei… Não sei o que é que me fez quebrar a barreira e começar a escrever coisas em português, mas comecei a gostar. Comecei aos poucos, com letras mais pequeninas, mais curtas. Por exemplo, a primeira música do álbum, 'Pedra', são só quatro versos", recordou ainda. 

"Depois reparei também que há muito mar nas letras. E uma das músicas que mais me marcou e que me lembro de mostrar logo ao meu pai e aos meus irmãos, chama-se 'Mar'. Foi a primeira música com estrutura que lhes mostrei de início ao fim", acrescentou.

"Não sei se pode estar relacionado, mas desde pequenina que vou à Ericeira, e sei que o meu pai também passou lá muito tempo da infância... Gosto muito do mar e acho que diz muito. É o desconhecido. É também uma coisa que conseguimos ver facilmente, mas que não conhecemos a sério", partilhou ainda em conversa com o Notícias ao Minuto

Recuando aos primeiros passos que levaram a este 'Mar', Sofia Leão confidenciou que começou a "gravar sem microfone, sem nada", tendo depois partilhado as suas ideias com amigos do pai, que a incentivaram a lançar os temas, sobretudo o produtor e músico João Eleutério. E a própria, diz, tinha o desejo de "gravar coisas com mais qualidade".

Com a ajuda dos amigos, recebeu incentivos para começar a sua caminhada, tendo-lhe sido oferecido um microfone, uma placa de som, entre outros elementos essenciais para gravar maquetes em casa. Todos se juntaram para a apoiar. "Se não fossem eles, não conseguiria."

No que diz respeito ao 'arranjo musical', apesar de nestes primeiros temas lançados - 'Valsa' e 'Não Me Conheço' - se destacarem o piano, e de este ser o "instrumento base", "há sintetizadores". "E há ali duas ou três músicas em que toco guitarra, outras que não é nem guitarra nem piano, são mesmo só sintetizadores… Não há nenhuma música que não tenha mais do que uma voz. Isso é uma coisa também muito característica. Adoro pôr as vozes todas que conseguir e gosto de fazer experiências."

Questionada sobre quais os melhores concelhos que recebeu do pai e que trouxe para este trabalho, Sofia Leão partilhou: "Ele dizia-me sempre para eu fazer o que estava a sentir, para fazer o que queria fazer, não tentar adaptar as músicas [mediante as opiniões que recebia]. Foi um bom conselho. E não ter vergonha de mostrar uma ideia."

Aliás, conta, já é quase um 'ritual' partilharem as suas ideias com os amigos (que também são músicos), como o próprio pai Rodrigo Leão o faz.

"Vou com calma porque está muita coisa a acontecer ao mesmo tempo"

Perspetivas para o futuro? Sofia Leão pretende terminar o curso que começou na faculdade, Estudos Artísticos, estando neste momento no primeiro ano. Isto sem deixar de lado o mundo da música, pois "quer explorar outros lados da sua voz, experimentar coisas".

E nesta caminhada musical realizou recentemente dois concertos, os primeiros a solo, nos dias 2 e 3 de maio, no MACAM - Museum + Hotel, em Lisboa. 

Mas não se fica por aqui, pois também está prestes a estrear-se numa peça de teatro, em julho, no Teatro Romano, "chama-se 'Clitemnestra' - que era uma figura da tragédia grega". "Não sei nada sobre isso e estou a aprender muito. Portanto, vou com calma porque está muita coisa a acontecer ao mesmo tempo", disse.

Ainda em relação ao teatro, explica, "está a trabalhar com um professor argentino há dois anos". "É um teatro muito experimental, não é aquele convencional que pegamos numa obra e treinamos. É muito corporal, de energias entre uns e os outros, comunicação. O Teatro Romano faz um festival de teatro e convidaram o meu professor para escrever a peça, e ele convidou-me a mim e a mais duas atrizes para fazer. É a primeira peça que vou fazer a sério, mais oficial."

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