Na temporada passada, o técnico, de 52 anos, conquistou o título tunisino, ao serviço do Espérance de Tunis, e esta época dominou o campeonato sul-africano, ao comando do Mamelodi Sundowns, tendo ainda conseguido, pelas duas equipas, a presença na final da Liga dos Campeões africana.
"É dos momentos mais marcantes da minha carreira. Vencer os dois campeonatos, na minha estreia nos dois países, é algo que me realiza muito. Aliás, esta época até sou campeão na Tunísia e na África do Sul, porque ainda comecei a época [com sete jogos] no Espérance de Tunis antes deste desafio no Mamelodi Sundowns", partilhou à agência Lusa.
O técnico natural da Trofa, que, como treinador principal, já orientou clubes como o Rio Ave, Celta de Vigo (Espanha), Nantes (França), AEK Atenas (Grécia) e a equipa B do Shakhtar Donetsk (Ucrânia), além de ter sido adjunto de FC Porto B, Sporting de Braga, Académica e Deportivo (Espanha), considera estar "muito realizado" na África do Sul.
"Como treinador, sinto que estou num patamar de realização pessoal muito grande nesta fase da minha carreira, o que me dá muita paz de espírito. Era aquilo que procurava: conseguir troféus e estar a disputar grandes jogos. Estou mais amadurecido e capaz de me adaptar a novos contextos", afirmou.
Esta temporada, Miguel Cardoso levou o Mamelodi Sundowns ao oitavo título sul-africano consecutivo, além de ter qualificado a equipa para a final da Liga dos Campeões africana, que vai disputar, a duas mãos, com os egípcios do Pyramids.
"Foi uma época dura e fantástica, em que aguentámos a pressão, nomeadamente na parte final do campeonato. O Mamelodi Sundowns é sempre um dos favoritos a vencer, mas esta temporada a concorrência foi mais feroz", analisou o português.
Cardoso abordou uma "luta renhida" com o Orlando Pirates, uma das equipas mais fortes do campeonato local, que, segundo o técnico português, obrigou o Mamelodi Sundowns a "elevar a fasquia".
"O Orlando Pirates fez uma época muito boa, ambos batemos recordes. Mas, nesta fase final, nós fomos mais fortes e superámos várias marcas históricas no campeonato, nomeadamente nos pontos conquistados, no número de vitórias e nos golos marcados e sofridos", disse.
O próximo desafio será a final da Liga dos Campeões africana, frente ao Pyramids, que começa a ser disputada sábado. Logo a seguir, a equipa parte para os Estados Unidos para, em junho, participar no Mundial de Clubes.
"Para já, estamos muito focados nesta final e no objetivo de a vencer, algo que não acontece desde 2016. Mas, depois, queremos mostrar todo o nosso potencial no Mundial de Clubes, mesmo sabendo que estamos num grupo difícil", explicou.
O Mamelodi Sundowns ficou no Grupo F, juntamente com os alemães do Borussia Dortmund, os brasileiros do Fluminense e os sul-coreanos do Ulsan Hyundai.
"Temos ambição de competir e mostrar todo o nosso potencial. Sabemos os contextos, mas queremos ser atrevidos e jogar para ganhar. Só assim nos podemos desafiar, frente a equipas que, do ponto de vista teórico, vêm de campeonatos mais fortes", concluiu Miguel Cardoso.
Leia Também: Miguel Cardoso faz a festa. Mamelodi sagra-se octacampeão sul-africano