Estado continua a pagar salários dos ex-trabalhadores da Central do Pego

Os antigos trabalhadores da Central Termoelétrica do Pego, onde a produção de eletricidade a partir do carvão encerrou em 2021, vão continuar a receber em 2025 os vencimentos através do Fundo Ambiental, revelou o presidente da Câmara de Abrantes.

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Lusa
22/01/2025 14:36 ‧ há 2 horas por Lusa

Economia

Abrantes

"Em 2025, atendendo a que um dos projetos que tem uma parte substancial do ponto de ligação ainda não está todo implementado, que é este projeto da Endesa [de reconversão da central a carvão], e demorou mais tempo do que o previsto, o Governo, bem, entendeu que deve para 2025 manter estes apoios a estes trabalhadores", disse à Lusa o presidente da Câmara de Abrantes, no distrito de Santarém.

 

Segundo Manuel Jorge Valamatos, que se congratulou com a informação, a manutenção dos apoios é para "todos os trabalhadores" que laboravam na antiga central a carvão.

"E é isso que nos deixa, digamos, confortados e queremos verdadeiramente que a Endesa implemente o seu projeto e que outros projetos que temos vindo a acompanhar possam ser implementados rapidamente e que criem mais postos de trabalho do que tínhamos com a Central Termoelétrica a carvão", declarou o autarca.

O fim da laboração na central a carvão do Pego, no concelho de Abrantes, em 30 de novembro de 2021, afetou cerca de 150 postos de trabalho diretos e indiretos.

"A parte económica, obviamente, foi muito impactante com o encerramento da central a carvão, e, entre muitas coisas, uma das nossas preocupações centrais sempre foram os trabalhadores e de que forma é que os trabalhadores, as suas famílias, iam viver este encerramento", salientou o presidente da Câmara de Abrantes.

Desde essa altura, e até dezembro de 2024, todos continuaram a receber os ordenados como se estivessem a trabalhar", num "apoio importantíssimo através do Fundo Ambiental", acrescentou.

Manuel Jorge Valamatos (PS) recordou ainda que a Central Termoelétrica do Pego "tem uma parte a gás e uma parte a carvão e que a parte a gás continua a funcionar".

De acordo o autarca, o município "foi acompanhando com o Governo" o evoluir do processo "com o objetivo de criar as melhores condições", para que "houvesse projetos no âmbito da energia verde capazes de compensar o encerramento do carvão", o que "está a acontecer", embora "com atraso", sendo que "a legislação e as burocracias não ajudam a processos mais céleres".

Questionado sobre o ponto de situação da reconversão da central a carvão do Pego, Manuel Jorge Valamatos indicou que a expectativa é que, se todos os projetos apresentados no âmbito das energias renováveis forem implementados, compensem "perfeitamente a perda dos postos de trabalho" resultantes do encerramento da central a carvão.

Com o fecho da central a carvão do Pego, em 30 de novembro de 2021, a empresa de energia Endesa obteve em 2022, em concurso público para reconversão da central de produção de energia, o direito de ligação à Rede Elétrica de Serviço Público (RESP) de 224 MVA para a instalação de 365 MWp de energia solar, 264 MW de energia eólica, com armazenamento integrado de 168,6 MW, e um eletrolisador de 500 kW para a produção de hidrogénio verde.

A Endesa, que tem um investimento global na região na ordem dos 600 milhões de euros, anunciou também um investimento de um milhão de euros na criação de uma Escola Rural de Energia Sustentável, que prevê a criação de 75 postos de trabalho diretos, dando preferência à integração dos trabalhadores da antiga central a carvão.

O projeto prevê ainda a reconversão e qualificação profissional de cerca de 2.000 pessoas da região, capacitando-as para exercerem atividades em projetos de energias limpas e renováveis no território centrado no concelho de Abrantes.

Leia Também: Abrantes. Homem que matou mulher diante dos filhos acusado de homicídio

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