"Temos de ter nas ruas uma grande adesão de massas", afirmou o secretário-geral da CGTP, na 10.ª conferência nacional da Interjovem, que decorreu hoje no Grande Auditório do ISCTE, em Lisboa, apelando a que cada sindicato mobilize os trabalhadores junto das empresas para participarem na grande manifestação nacional da juventude.
Sob o mote "pelo teu salário, pela tua carreira, por uma vida digna", a manifestação vai realizar-se na Praça da Figueira, em Lisboa, em 28 de março, Dia Nacional da Juventude.
A CGTP tem vindo a realizar, nos últimos anos, uma manifestação nacional para assinalar o Dia Nacional da Juventude.
Na intervenção de encerramento, Tiago Oliveira destacou ainda outras "iniciativas" que vão decorrer nos próximos meses, como o 25 de Abril e o 1.º de Maio, e apontando-as como "grandes momentos de afirmação".
Numa referência "às conquistas" desencadeadas pelo 25 de Abril, nomeadamente no que concerne aos salários, horários de trabalho e direito à habitação, o secretário-geral alertou que é preciso lutar por melhores salários, melhores serviços públicos e pelo fim da precariedade.
"São muitos os ataques em curso aos trabalhadores jovens", referiu, apontando ainda que "a distribuição de riqueza é profundamente injusta", e que está "nas mãos dos jovens trabalhadores lutarem por um futuro melhor" e por uma "sociedade mais justa e fraterna".
"Em pleno momento de avanços tecnológicos a única coisa que não avança são os salários", frisou, reivindicando um aumento geral dos salários de, pelo menos, 150 euros, a redução do horário de trabalho para 35 horas semanais, a aposta na contratação coletiva e o "combate à precariedade".
O secretário-geral da CGTP apontou que "cada passo que é dado é fruto das opções políticas", criticando a "retórica" de que "o país não consegue aumentar os salários" e acusando o Governo de perpetuar as "dificuldades" ao "encaminhar seja o SNS seja a escola pública para o setor privado" e de "poupar às empresas 400 milhões de euros" com a descida do IRC.
Numa referência ao contexto internacional, Tiago Oliveira criticou ainda que o Governo tenha alocado "400 milhões de euros para a indústria militar" para "alimentar a máquina da guerra", dinheiro que poderia ser canalizado para reforçar as pensões, o SNS ou a escola pública.
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