Promovido pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) junto de 986 empresas associadas, de todo o país e de vários setores de atividade, o inquérito apurou que, "em linha com a melhoria apontada nas projeções macroeconómicas para Portugal e para a economia mundial, os empresários revelam um sentimento de moderado otimismo quanto à evolução do volume de negócios da sua empresarial para 2025".
Segundo a associação, uma em cada cinco empresas considera para este ano "um cenário de diminuição do seu volume de negócios, o que corresponde a menos de metade da proporção de empresas que referiram uma diminuição do seu volume de negócios em 2024".
De registar, contudo, que este otimismo "não é tão acentuado" nas empresas industriais nem nas pequenas e médias empresas, em comparação com as micro e grandes empresas, na análise efetuada por segmento dimensional.
De acordo com a AEP, os principais fatores com impacto negativo na atividade identificados pelos inquiridos são, por ordem de importância, os custos com a energia, os custos de transportes/logísticos e a disponibilidade de mão de obra.
Comparando com 2024, há uma expectativa de que este ano não seja tão afetado por fatores negativos, registando-se as maiores diferenças nos fatores "inflação" e "investimento".
"O único fator em que existe uma perceção menos otimista tem a ver com a procura, quer 'procura interna' quer 'procura externa', o que é compreensível, atendendo ao contexto internacional muito incerto e adverso", disse o presidente do Conselho de Administração da AEP, Luís Miguel Ribeiro, à Agência Lusa.
Entre outros fatores e riscos relevantes para a evolução da atividade empresarial em 2025 estão a instabilidade geopolítica e económica, a perda de competitividade, as condições inadequadas do mercado de trabalho e os custos de contexto diversos (burocracia, excessiva regulamentação e carga fiscal elevada).
Ainda destacado pela AEP é um "clima apreensivo" entre os empresários inquiridos quanto aos impactos previstos nas exportações para três importantes mercados externos de Portugal, devido às condicionantes específicas que enfrentam: França (crise política e financeira - contas públicas), Alemanha (crise económica) e EUA (aumento das taxas alfandegárias para as importações provenientes da União Europeia).
"As empresas manifestaram preocupação quanto aos impactos previstos nestes três mercados, com cerca de metade a consideram os efeitos como muito negativos, que no caso dos EUA se aproximam dos 70%", refere.
Segundo Luís Miguel Ribeiro, "as empresas revelaram também preocupações quanto à deterioração de encomendas provenientes de outros mercados, dentro e fora da Europa".
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