O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assegurou, esta quinta-feira, que a situação económica portuguesa está "estabilizada", mas avisou que uma eventual crise política não é "desejável".
"Do ponto de vista da realidade económica e social do país era e é desejável que não haja nenhuma perturbação política, mas a democracia tem de funcionar", disse Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas à entrada para uma reunião extraordinária do Conselho Europeu, em Bruxelas.
Questionado sobre a perspetiva de eleições legislativas antecipadas, o primeiro-ministro reconheceu que, como o Governo "está sempre dependente da Assembleia da República, não tem uma maioria absoluta", pode "sempre acontecer, a todo o tempo, ser aprovada uma moção de censura ou também pode acontecer, no caso de o Governo decidir, como decidiu, de apresentar uma moção de confiança, que ela possa não ser aprovada".
"Eu não vou antecipar esse momento", respondeu o líder do executivo, acrescentando que "se o Parlamento tem dúvidas quanto à legitimidade do Governo para executar o seu programa, esse problema tem de ser resolvido".
A moção de censura ao Governo, apresentada pelo PCP, foi rejeitada pelo Parlamento, na quarta-feira, com os votos contra do PSD, CDS-PP e IL e a abstenção do PS e do Chega.
A moção dos comunistas, intitulada 'travar a degradação da situação nacional, por uma política alternativa de progresso e desenvolvimento', já tinha chumbo anunciado antes do debate e a votação confirmou este desfecho. PCP, BE, Livre e PAN votaram a favor, PSD, CDS-PP e IL contra e o PS e o Chega optaram pela abstenção.
Na abertura do debate, o primeiro-ministro anunciou que o Governo avançará com a proposta de uma moção de confiança ao executivo pelo Parlamento, "não tendo ficado claro" que os partidos dão ao Executivo condições para continuar.
[Notícia atualizada às 11h32]
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