De acordo com dados oficiais da Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o número de hóspedes nos hotéis e pensões da região semiautónoma chinesa caiu 2,7%, depois de já ter descido 7,8% em fevereiro.
Isto apesar de Macau ter recebido, no primeiro trimestre de 2025, 9,86 milhões de visitantes, mais 11,1 por cento do que no mesmo período de 2024 e o segundo valor mais elevado de sempre para um arranque de ano.
No entanto, cerca de 59% dos visitantes (5,82 milhões) chegaram em excursões organizadas e passaram menos de um dia na cidade.
O número de hóspedes continuou a cair em março apesar dos hotéis terem cortado os preços médios dos quartos para 1.287 patacas (142 euros), menos 9,7% do que no mesmo mês de 2024, de acordo com dados da Associação de Hotéis de Macau, que reúne 47 estabelecimentos locais.
Segundo o relatório, divulgado pela Direção dos Serviços de Turismo, a queda deveu-se aos hotéis de cinco estrelas, cujo preço médio caiu 12,7%, para 1.447 patacas (159 euros), e aos hotéis de três estrelas, que registaram uma descida de 6,3% para 881 patacas (97 euros).
Apesar da diminuição no número de hóspedes, a ocupação média dos hotéis e pensões de Macau subiu para 90,1% entre janeiro e março, mais 5,2 pontos percentuais do que no mesmo período de 2024.
Isto porque o número de quartos disponíveis em Macau diminuiu 5,8% em comparação com março do ano passado, para cerca de 44 mil.
Os estabelecimentos hoteleiros de Macau acolheram mais de 14,4 milhões de hóspedes em 2024, estabelecendo um novo recorde histórico.
O anterior recorde, 14,1 milhões de hóspedes, tinha sido fixado em 2019, antes da pandemia de covid-19, num ano que Macau terminou com apenas 38.300 quartos em 122 estabelecimentos hoteleiros.
Em março, o território tinha 147 hotéis e pensões, mais seis do que no ano passado e o número mais elevado desde que a DSEC começou a compilar estes dados, em 1997, ainda antes da transição de administração de Portugal para a China.
No final de março, a agência de notação financeira Fitch previu que o crescimento da economia de Macau irá desacelerar para 6,9% este ano, devido a uma recuperação "mais lenta" do turismo e do jogo.
Os analistas da Fitch sublinharam as "políticas de vistos favoráveis para os visitantes da China continental, investimentos não relacionados com o jogo e infraestruturas turísticas melhoradas".
Desde 01 de janeiro que os residentes da vizinha cidade de Zhuhai podem visitar Macau uma vez por semana e ficar até sete dias.
Ainda assim, a agência sublinhou que os números do turismo e do jogo terão uma "recuperação contínua, mas mais lenta" em 2025, em comparação com o ano passado.
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