Os dados são de 2023 e foram divulgados hoje pela Pordata -- a base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos -- a propósito do Dia Mundial do Ambiente, num retrato sobre várias dimensões ambientais em Portugal.
No que respeita à energia, o relatório refere que em 2023 o país produziu 7,3 milhões de TEP (Tonelada Equivalente de Petróleo) de energia, mais do dobro face a 1990, quando a produção nacional não foi além dos 3,3 milhões.
O aumento da produção energética -- num contexto europeu em que, no global, os países produzem hoje menos 25% de energia face a 1990 -- aconteceu sobretudo à boleia das energias renováveis, que representam 98% total da energia produzida, enquanto a energia fóssil representa apenas 2%.
Dos 7,3 milhões de TEP produzidos em 2023, 4,7 milhões foram exportados, uma opção que pode ser mais conveniente do ponto de vista económico em dias de grande produção, explica a Pordata.
Por outro lado, a energia produzida em Portugal em 2023 representa apenas um terço da consumida naquele ano, que rondou os 22 milhões de TEP -- quase o dobro em comparação com os níveis registados em 1990, mas, ainda assim, abaixo da média europeia de consumo 'per capita'.
Cerca de 35% da energia consumida em 2023 teve origem em fontes renováveis.
Para compensar a produção nacional, foi necessário importar 19,8 milhões de TEP de energia e Portugal continua com uma dependência energética superior à média da UE, registando 67%.
"Como estamos a produzir mais, apesar de termos de importar a quase totalidade do que consumimos, e fazemo-lo por questões de economia de mercado, a nossa dependência energética tem vindo a reduzir", refere o relatório da Pordata, que refere que no início do século a dependência energética rondava os 85%.
Os produtos mais importados são o petróleo e derivados, sobretudo ao Brasil, Espanha e Argélia, e no gás natural o principal país de origem é a Nigéria, seguido dos Estados Unidos.
A importação de carvão é, desde 2020, "muito residual".
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