Realizado em fevereiro e março passados e divulgado hoje, no âmbito do Dia Nacional da Suécia que se assinala na sexta-feira, o 'Business Climate Survey' evidencia ainda que as empresas suecas estão mais otimistas relativamente ao clima de negócios em Portugal, em comparação com 2023.
"As empresas suecas estão otimistas com a evolução económica que Portugal está a registar e isso traduz-se numa maior disponibilidade para investir no mercado português", avançam os promotores em comunicado, detalhando que mais de metade das empresas suecas (51%) vai aumentar o investimento no mercado português em 2025, contra 41% no inquérito de 2023.
Este número é especialmente elevado nas empresas que chegaram há menos tempo ao mercado português, particularmente a partir de 2020: Dessas, 68% (duas em cada três) esperam aumentar o investimento em Portugal ao longo do corrente ano.
As empresas suecas inquiridas mostraram-se também mais otimistas quanto à evolução da respetiva atividade económica em Portugal: 73% prevê que aumente, o que compara com apenas 57% em 2023, sendo que 76% foram rentáveis em 2024, uma performance superior à de dois anos antes.
A maioria das empresas suecas que participou neste inquérito chegou a Portugal depois de 2019, operando desde o setor farmacêutico à saúde, 'fintech', digitalização, segurança, automóvel, energético/eletricidade, serviços empresariais ou de bens de consumo.
De acordo com dados do Banco de Portugal (BdP) citados no comunicado, o investimento das empresas suecas em Portugal praticamente duplicou desde 2019.
Entre as "principais empresas suecas com presença e notoriedade em Portugal", o comunicado aponta a Securitas, IKEA, Diaverum, Essity, Ericsson ou Volvo Car Portugal, destacando entre os investimentos dos últimos anos a instalação pela Corpower, em Viana do Castelo, do primeiro equipamento para converter a energia das ondas em energia elétrica, e a recente compra pela Bolinden da mina de Neves-Corvo, em Castro Verde.
Citada no comunicado, a embaixadora da Suécia em Portugal afirma que "estes resultados mostram que o investimento sueco não só tem sido uma realidade" no país, como "está para continuar".
"As empresas suecas estão otimistas quanto ao desempenho da economia portuguesa e vão continuar a investir e a criar emprego", refere Elizabeth Eklund, considerando que "Portugal oferece um cenário muito atrativo para o investimento sueco, combinando energias limpas, infraestruturas robustas, uma conectividade global e uma mão de obra altamente especializada".
Já a presidente da Câmara de Comércio Luso-Sueca, Jennifer Ekström, sustenta que "Portugal é um país que se destaca no panorama europeu devido a vários fatores: tem profissionais altamente qualificados e que têm um domínio muito elevado do inglês, além de possuir um ecossistema de start-ups muito dinâmico, com várias incubadoras e aceleradoras pelo país, e com vários incentivos à atividade de vários setores".
O inquérito foi enviado a 99 das cerca de 120 empresas suecas ativas em Portugal, tendo sido obtidas 37 respostas.
Das empresas representadas no inquérito, quase metade (46%) são grandes empresas com mais de 1.000 funcionários a nível global, 5% são de média dimensão (com entre 250 e 1.000 funcionários a nível global) e 49% são classificadas como pequenas empresas, com menos de 250 funcionários a nível global.
Os setores que as empresas suecas inquiridas representam agrupam-se em três grandes categorias: empresas industriais (52%), serviços profissionais (37%) e empresas de bens de consumo (11%).
Em termos de experiência no mercado português, 32% das empresas inquiridas estabeleceram operações em Portugal antes de 2003, 38% entre 2004 e 2019 e 29% após 2019.
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