'Stress' de guerra na gravidez pode levar a abortos e morte prematura

O estudo da equipa da Universidade de Granada baseia-se numa amostra de 664.980 mulheres grávidas e os seus recém-nascidos de diferentes países de todo o mundo.

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Lusa
24/04/2025 10:51 ‧ há 3 horas por Lusa

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Stress

Uma equipa de investigadores analisou o impacto dos conflitos armados na gravidez e concluiu que há uma relação entre a ansiedade de gerar um filho durante uma guerra e abortos espontâneos, doenças infantis e morte do feto.

 

Este trabalho de uma equipa da Universidade de Granada (UGR), publicado na revista International Union of Biochemistry and Molecular Biology, baseia-se numa amostra de 664.980 mulheres grávidas e os seus recém-nascidos de diferentes países de todo o mundo.

Para conduzir o estudo, Rafael A. Caparrós González, investigador do Departamento de Enfermagem da UGR, e a sua equipa realizaram uma revisão sistemática de 1.512 estudos.

"O período intrauterino é um período de máxima vulnerabilidade para o embrião e para o feto, e os níveis de 'stress' materno estão intimamente relacionados com o desenvolvimento do cérebro e de outros órgãos", explicou Caparrós.

Atualmente, o número de guerras atingiu o seu pico mais elevado desde a II Guerra Mundial, com 56 conflitos ativos no mundo e 92 países envolvidos.

O investigador sublinhou que o 'stress' psicológico da mãe durante a gestação pode atravessar a placenta e atingir o bebé em desenvolvimento dentro do útero.

"É um mecanismo altamente complexo, possibilitado por vários caminhos, todos eles com origem em elevados níveis de 'stress' durante a gravidez. O 'stress' psicológico materno pode alterar os níveis de vários biomarcadores, como a hormona do 'stress' cortisol, ou de vários neurotransmissores, como a dopamina, a serotonina e a noradrenalina", acrescentou.

A exposição materna à guerra está associada a problemas de saúde a curto e a longo prazo nos bebés, incluindo um maior risco de prematuridade, baixo peso à nascença e maior risco de morte prematura.

A longo prazo, existe um maior risco de os bebés desenvolverem perturbações cerebrais até 15 anos após o nascimento, como esquizofrenia ou hiperatividade, bem como hipertensão arterial ou um desenvolvimento neurológico mais deficiente, o que em alguns casos está ligado a perturbações do espetro do autismo e neuroses.

Leia Também: Complicações na gravidez podem prever risco futuro de doenças cardíacas

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