Em declarações à televisão estatal, Tarek William Saab, anunciou ainda que o Ministério Público continua a verificar os distintos processos e que poderá haver novas libertações de detidos.
"Já libertámos 224 venezuelanos, que receberam medidas cautelares, mas a quem se demonstre culpabilidade, através dos mecanismos de investigação, vão ser condenados", disse.
Tarek William Saab frisou ainda que "na Venezuela haverá justiça para quem for declarado inocente com base numa investigação, porque não houve os elementos de convicção que determinem a sua responsabilidade criminal para que passe a julgamento e tenha uma sentença definitiva em contra".
O Procurador sublinhou ainda que também "haverá justiça para as 28 pessoas que foram assassinadas, as 195 feridas, os 97 policiais e militares feridos, para os 98 civis feridos e para os 486 bens públicos afetados, em consequência do desconhecimento dos resultados eleitorais, instrumentalizado pelos 'comanditos' liderados" pelo opositor Edmundo González Urrutia".
As libertações começaram no sábado, um dia depois de o Ministério Público anunciar que iria rever os casos de 225 das 2.400 pessoas que foram detidas na sequência de protestos contra os resultados das eleições presidenciais de 28 julho em que Nicolás Maduro foi declarado reeleito, e que a oposição contesta.
Entretanto, a Organização Não Governamental (ONG) Fórum Penal (FP) confirmou que documentou, desde sábado, 143 libertações, lamentando que não exista uma listagem oficial de presos libertados.
Segundo o FP, na Venezuela, estão detidas, por motivos políticos, pelo menos 1.700 pessoas.
A principal aliança opositora venezuelana, Plataforma Unitária Democrática, já veio a público exigir que seja divulgada "uma listagem dos presos políticos beneficiados pelas medidas anunciadas" e exigir liberdade plena para todos.
Segundo a imprensa local, os presos que foram libertados continuam a aguardar pelo julgamento e submetidos a medidas cautelares entre elas a apresentação periódica às autoridades.
Leia Também: Nova caravana parte do México para chegar aos EUA antes da posse de Trump