"Estamos perto de um acordo" que "pode acontecer dentro de dias", segundo o diplomata, que notou haver "pontos a finalizar" para um eventual entendimento que requer sempre a concordância do Governo.
Entre as questões em aberto está a exigência israelita de se reservar o direito de agir caso o Hezbollah viole as suas obrigações no âmbito de um acordo, que visa retirar os militantes do grupo e as tropas israelitas do sul do Líbano.
Israel acusa o Hezbollah de não ter respeitado uma resolução das Nações Unidas que pôs fim à guerra de 2006 entre as duas partes e receia que o grupo pró-iraniano possa organizar um ataque transfronteiriço semelhante ao perpetrado pelo movimento islamita palestiniano Hamas em outubro.
O Líbano denunciou, por seu lado, que Israel também violou a resolução de 2006, apontando a entrada de aviões militares e navios de guerra mesmo quando não há um conflito ativo.
O otimismo quanto a um acordo surge depois de um enviado de alto nível norte-americano ter mantido conversações entre as partes na semana passada, numa tentativa de chegar a um acordo de tréguas.
O Hezbollah começou a atacar Israel a 08 de outubro de 2023, um dia depois do ataque dos palestinianos do Hamas ao sul de Israel, dando início a mais de um ano de combates.
A escalada do conflito concretizou-se em setembro, com ataques aéreos israelitas no Líbano e, mais tarde, com uma incursão terrestre de Telavive no sul do Líbano.
O Hezbollah disparou milhares de foguetes contra cidades e vilas israelitas, incluindo cerca de 250 no domingo.
Em mais de um ano de violência, mais de 3.500 pessoas foram mortas e mais de 15 mil ficaram feridas no Líbano, a maioria desde 23 de setembro, segundo as autoridades de Beirute, que indicam também acima de 1,2 milhões de deslocados pelo conflito.
Entre as vítimas mortais estão pelo menos 240 menores e 706 mulheres, segundo o Ministério da Saúde Pública, e 222 profissionais de saúde morreram e outros 330 ficaram feridos desde o início das hostilidades, há pouco mais de um ano.
Do lado israelita, morreram 78 pessoas em ataques lançados a partir do Líbano, das quais 47 eram civis. Além disso, 46 ??soldados e um investigador morreram em combate no sul do país vizinho, onde Israel iniciou uma invasão terrestre desde o passado dia 01 de outubro.
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