Os encontros com Mohamed bin Abdelwahab al-Zani vêm assim retomar as conversações, depois de o Qatar ter suspendido os esforços de mediação a 09 deste mês.
"Hoje encontrei-me com o primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abdelwahab al-Zani, na capital do Qatar, Doha. Discutimos a situação atual na região e sublinhámos a necessidade de prosseguir a ação conjunta a nível bilateral, internacional e árabe para pôr termo à guerra na Faixa de Gaza e no Líbano", escreveu o representante da OLP na rede social X.
A 09 deste mês, o Qatar suspendeu a mediação entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas por falta de progressos e avisou que só retomaria esse papel quando "houvesse a seriedade necessária para pôr fim à guerra brutal".
Durante a reunião de hoje, as duas partes também discutiram mecanismos para melhorar o fluxo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, onde o conflito já matou mais de 44.200 palestinianos e feriu mais de 100.000, de acordo com dados da saúde de Gaza, além de ter destruído quase 90% das infraestruturas civis.
As negociações entre Israel e o Hamas estão paradas desde agosto passado, devido a acusações mútuas de obstrução a um entendimento.
Em outubro, os chefes dos serviços secretos de Israel, do Egito e dos Estados Unidos -- que também estão envolvidos como mediadores --, juntamente com o chefe do Governo do Qatar, realizaram uma nova ronda de negociações em Doha, mas não conseguiram fazer progressos.
O Hamas não está diretamente envolvido nestes contactos, mas mantém comunicação com o Qatar e o Egito através do seu gabinete em Doha.
O Qatar não mantém relações diplomáticas com Israel e, desde 2012, acolhe o gabinete político do Hamas em Doha, onde residem vários dirigentes do Hamas, incluindo o antigo líder Khaled Mishal e o chefe da sua equipa de negociação, Jalil al-Haya.
O encontro entre o secretário-geral da OLP e o primeiro-ministro do Qatar ocorre numa altura em que várias partes estão otimistas em relação à possibilidade de assinatura de um acordo de cessar-fogo entre Israel e a organização xiita libanesa Hezbollah.
Nas últimas horas, uma fonte israelita próxima das negociações garantiu à agência EFE que estão "mais perto do que nunca" de chegar a um acordo de cessar-fogo no Líbano, depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter aceitado, "em princípio", a proposta dos Estados Unidos.
Segundo a fonte, foram feitos progressos "muito significativos" na proposta que o mediador norte-americano Amos Hochstein apresentou a ambas as partes na semana passada durante uma deslocação à região.
Netanyahu reuniu-se domingo à noite com alguns ministros e responsáveis pela segurança para discutir a proposta do enviado da administração de Joe Biden, na qual concordou em aceitar o projeto "em princípio", embora com "algumas reservas".
A fonte explicou à EFE que as reservas têm a ver com a "liberdade de ação" sobre o espaço aéreo libanês exigida por Israel no caso de o Hezbollah violar os termos do cessar-fogo e as tropas libanesas - que controlariam a fronteira - não agirem, algo que o Líbano e o grupo xiita rejeitam liminarmente.
A proposta inclui três fases: uma trégua seguida da retirada das forças do Hezbollah a norte do rio Litani, uma retirada total das tropas israelitas do sul do Líbano e, por último, negociações entre Israel e o Líbano sobre a demarcação da fronteira, que é atualmente estabelecida pela ONU na sequência da guerra de 2006.
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