"Acreditamos que chegámos a um ponto em que estamos perto de um acordo", afirmou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca (Presidência norte-americana), numa conferência de imprensa, sublinhando que nada está ainda garantido.
"Pensamos que as discussões estão a avançar numa direção muito positiva. Mas nada está concluído até que tudo esteja concluído", advertiu, apelando à prudência e explicando que seria "irresponsável" da sua parte comentar o conteúdo do acordo.
A Presidência francesa, que também está fortemente envolvida nesta questão, instou Israel e o Hezbollah a aproveitarem a oportunidade "o mais rapidamente possível", considerando que as conversações sobre um cessar-fogo registaram "progressos significativos".
O otimismo em torno de um acordo surge depois de um enviado especial dos Estados Unidos, Amos Hochstein, ter mantido conversações entre as partes, na semana passada, numa tentativa de encontrar uma solução.
Entre as questões que permanecem por ajustar está a exigência de Israel de reservar o direito de agir caso o Hezbollah viole as suas obrigações ao abrigo do acordo emergente.
Israel acusa o Hezbollah de não aderir a uma resolução da ONU que pôs fim à guerra de 2006 e teme que o movimento libanês possa encenar um ataque transfronteiriço semelhante ao ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023, a partir do sul do Líbano se mantiver uma presença na região.
O Líbano diz que Israel também violou a resolução de 2006 e condena os voos militares e os navios de guerra que entram em território libanês mesmo quando não há conflito ativo.
O Hezbollah iniciou ataques contra o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas a 08 de outubro, um dia depois do ataque do grupo extremista palestiniano ter desencadeado uma ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
Israel desencadeou uma incursão militar terrestre no Líbano, em 01 de outubro, após várias semanas de intensos bombardeamentos aéreos e ataques contra o país, incluindo a explosão coordenada de milhares de dispositivos de comunicação utilizados pelo grupo xiita libanês pró-iraniano, após mais de 11 meses de fogo cruzado com o Hezbollah na zona fronteiriça.
Em mais de um ano de violência, mais de 3.500 pessoas foram mortas e mais de 15 mil ficaram feridas no Líbano, a maioria desde setembro, segundo as autoridades de Beirute, que indicam também acima de 1,2 milhões de deslocados pelo conflito.
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