"Estamos a vê-lo, sabemos o que está a fazer e não nos coibiremos de tomar medidas enérgicas para proteger este país", afirmou, numa mensagem dirigida ao Presidente russo, Vladimir Putin, ao fazer uma declaração no parlamento.
De acordo com o ministro, trata-se do navio russo Yantar, que se encontra atualmente em águas do Mar do Norte, junto aos Países Baixos, depois de ter passado por águas britânicas.
"Deixem-me ser claro: este é um navio espião russo utilizado para recolher informações e mapear as infraestruturas submarinas críticas do Reino Unido. O Yantar entrou na zona económica exclusiva do Reino Unido a cerca de 45 milhas (72,4 quilómetros) da costa britânica na segunda-feira", indicou.
Nos últimos dois dias, a Marinha britânica destacou a fragata "HMS Somerset" e o navio-patrulha "HMS Tyne" para monitorizar o navio em permanência, acrescentou.
Segundo Healey, esta é a segunda vez que o navio russo entra em águas britânicas nos últimos meses, depois de ter sido observado em novembro a navegar junto a infraestruturas críticas submarinas britânicas.
Na altura, adiantou, também foram enviados meios aéreos e marítimos para controlar a embarcação russa, incluindo um submarino "como medida de dissuasão para vir à superfície junto ao Yantar e tornar claro que temos estado a contra-vigiar todos os seus movimentos".
O navio terá então deixado as águas britânicas em direção ao Mar Mediterrâneo.
O ministro disse que o Reino Unido está a coordenar-se com países aliados da NATO para impedir que navios e aviões russos operarem em segredo perto do Reino Unido ou de outros membros da Aliança.
O Reino Unido está a "desempenhar um papel de liderança na luta contra a crescente ameaça que a Rússia representa para as infraestruturas ao largo nos mares da Europa", afirmou o Ministério da Defesa britânico.
A Força Aérea britânica vai fornecer aviões para um novo destacamento da NATO destinado a reforçar a proteção das infraestruturas offshore no Mar Báltico.
"Este é mais um exemplo da crescente agressão russa contra nós e nossos aliados", alertou, referindo incursões ocasionais de aviões militares russos no espaço aéreo britânico.
Nos últimos meses, vários cabos submarinos de telecomunicações e de eletricidade foram danificados no Mar Báltico. Os líderes europeus e os peritos suspeitam de atos de "guerra híbrida" orquestrados pela Rússia.
Os dirigentes dos países da NATO que confinam com esta vasta zona marítima reuniram-se na semana passada na Finlândia para discutir formas de aumentar a segurança na região.
A NATO vai enviar navios, aviões e 'drones' para o Mar Báltico em resposta aos danos causados aos cabos submarinos, como anunciou o seu secretário-geral, Mark Rutte.
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