"Infelizmente, até agora, poucas pessoas prestaram atenção à nossa ação", declarou à agência noticiosa France-Presse (AFP) Lioubov Priloutskaya, um dos líderes da campanha.
Desde sexta-feira, dezenas de utilizadores da rede social russa VK republicaram uma mensagem com a palavra-chave "Eu sou / nós somos Soudja", o nome da principal cidade ocupada por Kyiv na região de Kursk.
"Pedimos às autoridades de ambos os países [Rússia e Ucrânia] e às organizações internacionais que nos ajudem a salvar a vida dos nossos entes queridos", lê-se na mensagem, acompanhada de fotografias dos desaparecidos.
"Cerca de 3.000 civis estão sob ocupação no distrito de Soudja", continua.
O exército de Kyiv ocupou, numa ofensiva em agosto de 2024, várias centenas de quilómetros quadrados (km2) na região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia.
Este território poderia ser utilizado como moeda de troca em caso de negociações de paz com Moscovo.
Num vídeo publicado na rede social VK a 10 deste mês, Lyoubov Priloutskaya, que tenta em vão encontrar os seus pais há mais de seis meses, acusou as autoridades russas de não se preocuparem com os que vivem sob ocupação ucraniana.
O líder da campanha nas redes sociais criticou também a divulgação de uma lista de 517 cidadãos russos dados como desaparecidos na região, publicada a 09 deste mês pela Provedora dos Direitos Humanos russa, Tatyana Moskalkova.
A lista de 517 nomes revelou-se tão incompleta que Moskalkova teve de admitir que estava "longe de ser exaustiva".
No sábado, dezenas de civis retirados da região após a ofensiva das forças ucranianas manifestaram-se em Kursk, alegando que ainda não dispunham de alojamento permanente, segundo reportou o meio de comunicação social russo RBK.
O novo governador interino da região, Alexander Khinchtein, que veio falar com os manifestantes, prometeu resolver o problema, que disse ser causado pela "corrupção" dos funcionários locais, segundo o RBK.
Por seu lado, Priloutskaya disse hoje à AFP que ainda não conseguiu encontrar-se com Khinchtein, apesar do seu pedido.
"Nas entrelinhas, dizem-nos constantemente que ninguém tem qualquer intenção de tirar os nossos familiares desta situação", lamentou.
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