Atacante de Southport condenado a perpétua com pena mínima de 52 anos

Axel Rudakubana, de 18 anos, foi condenado à prisão perpétua com pena mínima de 52 anos pela morte de três crianças, em julho, onde se incluía a portuguesa Alice da Silva Aguiar, de nove anos.

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© Julia Quenzler/Handout via REUTERS

Notícias ao Minuto com Lusa
23/01/2025 16:32 ‧ ontem por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Inglaterra

O atacante de Southport, em Inglaterra, Axel Rudakubana, de 18 anos, foi condenado a prisão perpétua com uma pena mínima de 52 anos, pela morte de três crianças, a 29 de julho do ano passado. A mais velha das vítimas, com 9 anos, era a portuguesa Alice da Silva Aguiar.

 

A sentença foi conhecida esta quinta-feira, 23 de janeiro, no Tribunal de Justiça de Liverpool. O arguido foi condenado a várias sentenças de prisão perpétua com penas mínimas de 18 anos por oito acusações de tentativa de homicídio de crianças e 16 anos para os dois adultos.

Rudakubana foi condenado a um total de 13 penas de prisão perpétua e, de acordo com o juiz Julian Goose, citado pela Sky News, é provável que nunca venha a ser libertado. 

Para além disso, foi ainda condenado a 12 anos por posse de ricina, a 18 meses por ter um manual da Al-Qaeda e, também, a outros 18 meses por posse de uma faca.

O juiz Julian Goose disse que Axel Rudakubana "queria tentar assassinar em massa jovens raparigas inocentes e felizes" e intitulou o crime de "extremo, chocante e excecionalmente grave".

Goose disse que não podia impor uma pena de prisão perpétua sem liberdade condicional, porque Rudakubana tinha menos de 18 anos quando cometeu o crime.

O ataque com uma faca aconteceu durante uma aula de dança que tinha Taylor Swift como tema. Para além de Alice, entre as vítimas mortais estão ainda Bebe King, de 6 anos, e Elsie Dot Stancombe, de 7. Ficaram feridas outras oito crianças e dois adultos.

Segundo a polícia, os adultos terão sido feridos a tentar proteger "corajosamente" as crianças do ataque.

Os assassinatos desencadearam dias de violência anti-imigração em todo o país, depois de ativistas de extrema-direita terem aproveitado informações incorretas segundo as quais o atacante era um requerente de asilo que tinha chegado recentemente ao Reino Unido. Alguns sugeriram que o crime era um ataque jihadista e alegaram que a polícia e o governo estavam a ocultar informações.

Na segunda-feira, inesperadamente, mudou a sua declaração para culpado de todas as acusações, contudo Rudakubana não esteve presente no tribunal para ouvir a sentença proferida.

Horas antes, tinha sido conduzido ao banco dos réus do Tribunal da Coroa de Liverpool, no noroeste de Inglaterra, vestido com um fato de treino prisional cinzento. Mas, quando os procuradores começaram a delinear as provas, Rudakubana interrompeu-se, gritando que se sentia mal e que queria ver um paramédico.

Foi mostrado ao tribunal um vídeo do suspeito a chegar ao Hart Space num táxi e a entrar no edifício. Em segundos, ouviram-se gritos e as crianças correram para o exterior em pânico, algumas delas feridas.

Uma rapariga conseguiu chegar à porta, mas foi puxada para dentro pelo agressor. Foi esfaqueada 32 vezes, mas sobreviveu.

A procuradora Deanna Heer descreveu como o ataque ocorreu no primeiro dia das férias de verão, quando 26 meninas estavam "reunidas à volta das mesas a fazer pulseiras e a cantar músicas da Taylor Swift".

"O seu único objetivo era matar e tinha como alvo os mais jovens e os mais vulneráveis da sociedade", acrescentou a procuradora, enquanto os familiares das vítimas assistiam na sala de audiências.

Heer disse que quando foi levado para uma esquadra da polícia, Rudakubana foi ouvido a dizer: "Ainda bem que aquelas crianças estão mortas, estou tão contente, estou tão contente".

Rudakubana nasceu em Cardiff, no País de Gales, filho de pais cristãos do Ruanda, e os investigadores ainda não conseguiram determinar o motivo por detrás do ataque. A polícia encontrou nos seus dispositivos documentos sobre temas como a Alemanha nazi, o genocídio no Ruanda e carros armadilhados.

[Notícia atualizada às 23h37]

Leia Também: "Criança perfeita". Lida hoje condenação de jovem que matou menina lusa

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