Chefe da diplomacia americana apela a uma transição inclusiva na Síria

O chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, apelou hoje a uma transição "inclusiva" na Síria durante uma chamada telefónica com o seu homólogo turco, cujo país desempenha um papel fundamental na região.

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© Oliver Contreras/Sipa/Bloomberg via Getty Images

Lusa
23/01/2025 23:53 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Síria

Rubio sublinhou "a necessidade de uma transição inclusiva na Síria, assegurando que o novo governo impeça a Síria de se tornar uma fonte de terrorismo internacional", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, num comunicado.

 

O telefonema com o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, teve lugar na quarta-feira, segundo o comunicado.

Os comentários de Rubio ecoam a posição expressa pela anterior administração de Joe Biden, com o antigo Secretário de Estado Antony Blinken a utilizar a mesma linguagem quando visitou a região no mês passado, após a queda de Bashar al-Assad no início de dezembro.

Há várias semanas que a Turquia ameaça com uma operação militar para manter os combatentes curdos sírios afastados da sua fronteira.

Rubio e Hakan Fidan também "discutiram a importância de uma paz duradoura e digna entre a Arménia e o Azerbaijão".

O enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, alertou na quarta-feira que é preciso dar tempo às negociações entre as novas autoridades sírias e a aliança armada liderada pelos curdos, para evitar uma confrontação.

"Estamos esperançados que daremos às partes tempo suficiente para avançar, para que isto não termine num confronto militar aberto que não servirá os interesses do povo sírio", afirmou o enviado da ONU numa declaração de imprensa em Damasco.

As Forças Democráticas Sírias (FDS), que controlam grandes áreas do nordeste do país sob a autoridade de uma administração autónoma autoproclamada, e o novo Governo central de transição estão a negociar o futuro da região após a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro.

Pedersen destacou que tanto a Turquia, o aliado mais próximo das autoridades de transição, como os Estados Unidos, um parceiro dos curdos sírios na sua luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico, têm um papel fundamental no apoio aos esforços para estabelecer o diálogo entre as partes.

"Um confronto militar maior terá um impacto muito negativo na Síria e deve ser evitado, porque penso que estamos à espera do início de uma nova Síria e espero que isso também inclua o nordeste de forma pacífica, através de um processo diplomático", considerou o enviado especial.

As novas autoridades de Damasco são dominadas pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), que em 08 de dezembro, na liderança de uma coligação de grupos armados rebeldes, expulsou o regime de Bashar-al Assad.

Leia Também: Presidente iraquiano alerta para ameaça terrorista na fronteira com Síria

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