Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,32%, o tecnológico Nasdaq perdeu 0,50% e o alargado S&P500 desvalorizou 0,29%.
Depois de duas semanas de tendência altista, o dia de hoje "não se tratou de uma alteração de tendência", avaliou Sam Stovall, da CFRA, em declarações à AFP.
Na sua opinião, "foi simplesmente uma sessão em que os investidores decidiram realizar alguns ganhos", galvanizados pelo recorde atingido na véspera pelo S&P500.
Desde segunda-feira, dia da investidura de Trump, que "os investidores procuram integrar as muitas decisões e muitos anúncios" que este tem feito, apontou Stovall.
Por exemplo, na quinta-feira à noite, Trump disse que preferia não impor taxas alfandegárias às importações vindas da China, uma reviravolta face às promessas sucessivas de atingir o maior rival económico dos EUA com pesadas taxas na fronteira.
Antes da sua eleição, Trump tinha-se mostrado determinado a impor estas taxas sobre todos os produtos importados, com a alegação de querer defender o aparelho produtivo dos EUA. Admiti até que estas taxas atingissem os 60%, ou mais, no caso das importações vindas da China.
Esta reviravolta "recordou os investidores que ainda há uma margem de manobra em relação às taxas alfandegárias", o que constitui "provavelmente mais um estratagema negocial do que um facto", realçou Stovall.
Por outro lado, os investidores estão atentos à próxima reunião da Fed, na terça e quarta-feira, que deve concluir com a manutenção da taxa de juro de referência no nível atual.
Também na quinta-feira, Trump "exigiu" que "as taxas de juro baixem imediatamente", ao discursar, em linha, na reunião do Fórum Económico Mundial, em Davos.
"Trump não pode ordenar a baixa das taxas de juro, mas pode pressionar a Fed, mas isso não tem qualquer efeito no rendimento das obrigações a 10 anos", considerou Stovall.
Os investidores "estão mais preocupados com o que a Fed vai dizer do que com o que vai fazer" na sua próxima reunião, resumiu Adam Sarhan, da 50 Park Investment, em comentários à AFP.
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