Israel determina à UNRWA que deixe Jerusalém até 30 de janeiro

A agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) deve encerrar as suas operações em Jerusalém e deixar todos os edifícios que utiliza até 30 de janeiro, de acordo com uma carta do embaixador israelita na ONU ao secretário-geral.

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© HAZEM BADER/AFP via Getty Images

Lusa
24/01/2025 23:19 ‧ ontem por Lusa

Mundo

UNRWA

A carta enviada por Danny Danon a António Guterres refere a votação de outubro do Parlamento israelita sobre uma lei que proíbe as atividades da agência em Israel após 90 dias, incluindo em Jerusalém Oriental, uma parte da cidade sagrada anexada por Israel, onde a UNRWA tem escolas e centros de saúde, entre outros departamentos.

 

Israel acusa a agência de ser infiltrada por membros do movimento islamista palestiniano Hamas e diz que alguns dos seus funcionários participaram nos ataques de 07 de outubro de 2023.

Estes "desenvolvimentos são uma resposta direta aos sérios riscos de segurança colocados pela infiltração da UNRWA pelo Hamas e outras organizações terroristas e pela recusa da agência em abordar as preocupações sérias e materiais levantadas por Israel e remediar a situação", sublinhou Danny Danon, na missiva.

O embaixador israelita na ONU acredita que a UNRWA "comprometeu irreparavelmente a sua obrigação fundamental de imparcialidade e neutralidade".

A carta não menciona uma segunda lei aprovada em outubro pelo Parlamento israelita que proíbe as autoridades israelitas de trabalhar com a UNRWA e os seus funcionários a partir da mesma data, gerando receios quanto ao futuro das atividades da agência em Gaza e na Cisjordânia.

O responsável da UNRWA, Philippe Lazzarini, garantiu recentemente que, quando a lei entrar em vigor, "a intenção da agência é permanecer e fazer o seu trabalho" nos territórios palestinianos.

Israel acredita que as atividades da UNRWA devem ser assumidas por outras agências da ONU. Mas as Nações Unidas repetem que são "insubstituíveis", sobretudo na sua missão de prestar serviços básicos aos palestinianos, como assistência médica e educação.

A UNRWA divulgou hoje que 272 dos seus trabalhadores foram mortos durante os 15 meses de guerra na Faixa de Gaza.

Numa atualização sobre a situação em Gaza, a UNRWA lamentou que as condições humanitárias continuem a ser "catastróficas", apesar do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que entrou em vigor no domingo, 19 de janeiro.

Gaza, segundo a agência, é "o local mais perigoso para os trabalhadores humanitários"

De acordo com os dados do Ministério da Saúde palestiniano recolhidos pela organização, pelo menos 47 161 pessoas foram mortas e 111.166 ficaram feridas desde 07 de outubro de 2023. Dos mortos, 13.319 eram crianças e 786 tinham menos de um ano de idade.

A organização afirmou que o cessar-fogo é "apenas um ponto de partida" para responder às necessidades dos habitantes de Gaza, que estão "devastados" após mais de 15 meses de "violência, deslocação e cerco".

Apesar de "todos os obstáculos" existentes, foi comunicado que centenas de camiões da UNRWA com ajuda humanitária entraram em Gaza desde o início do cessar-fogo e que o equivalente a cerca de 7.000 camiões estão prontos para serem entregues, enquanto outros 1.521 estão em vias de ser adquiridos.

A UNRWA alertou para o facto de pelo menos 1,9 milhões de pessoas (cerca de 90% da população) terem sido deslocadas durante a guerra, muitas delas mais de dez vezes.

Leia Também: UNRWA regista morte de 272 dos seus trabalhadores em Gaza em 15 meses

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