"Eu acho que é uma decisão lamentável, porque, antes de tudo, (...) é uma iniciativa económica. O objetivo é construir uma plataforma para os países, especialmente do Sul Global, terem uma cooperação económica entre si. Não está relacionada com nenhuma agenda política", afirmou o embaixador da China junto das Nações Unidas (ONU), Fu Cong, numa conferência de imprensa em Nova Iorque.
De acordo com o diplomata, a cooperação económica em causa "é mutuamente benéfica", admitindo esperar que o Panamá "veja isso da maneira correta".
"Qualquer campanha de difamação que é lançada pelos Estados Unidos e alguns outros países ocidentais" sobre a iniciativa da Rota da Seda "é totalmente infundada", frisou ainda.
Ao mesmo tempo, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, considerou hoje que o Panamá deu "um grande passo" ao não renovar o acordo de cooperação comercial com a China sobre a iniciativa da Rota da Seda.
"O anúncio feito ontem [domingo] pelo Presidente José Raúl Mulino de que o Panamá deixará caducar a sua participação na Iniciativa da Cintura e da Rota do PCC [Partido Comunista da China] é um grande passo em frente para as relações entre os EUA e o Panamá e para um Canal do Panamá livre", afirmou Rubio na rede social X.
De acordo com o chefe da diplomacia norte-americana, a influência de Washington na decisão panamiana é um "exemplo da liderança" do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na proteção da segurança nacional norte-americana.
A nova Rota da Seda é uma iniciativa de cooperação comercial e de investimento iniciada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, destinada a fazer a ligação da China à Europa, ao Médio Oriente, a África e, mais recentemente, à América Latina.
Na conferência de imprensa em Nova Iorque, o embaixador chinês também abordou as acusações de Donald Trump e da sua equipa de que Pequim controla o Canal do Panamá, o que considerou "totalmente falso".
"A acusação contra a China é totalmente falsa. Não tem qualquer fundamento. Deixem-me enfatizar que a China não participou da gestão e operação do Canal do Panamá e nunca interferiu nos assuntos do Canal", declarou Fu Cong aos jornalistas.
A China, acrescentou o diplomata, "respeita a soberania do Panamá sobre o Canal e reconhece o Canal como uma infraestrutura internacional neutra".
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