Após o Hamas ter entregado, na quinta-feira, os corpos de quatro reféns - supostamente Oded Lifshitz e três membros da família Bibas, Shiri e os dois filhos, Ariel e Kfir - Israel confirmou apenas a identidade de três dos corpos. Entretanto, o grupo terrorista já veio confirmar que os restos mortais entregues ontem não pertencem à mulher e explicou o que aconteceu ao corpo de Shiri Bibas.
De lembrar que foram identificados os corpos do ativista e das duas crianças, mas as autoridades israelitas revelaram que o grupo islamita não entregou o corpo da refém Shiri Bibas, mas sim o de uma mulher de Gaza.
Ainda ontem, Israel já confirmou que Oded Lifshitz morreu. A equipa que está a reconhecer os restos mortais dos reféns que foram entregues identificou o ativista, de 83 anos, sendo que este terá morrido há mais de um ano.
A família de Oded já reagiu, dizendo que o processo de cura só começaria quando todos os reféns estivessem de volta a Israel.
Já no que à família Bibas diz respeito, as Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram ter recebido os corpos de Ariel e Kfir, de quatro e nove meses, respetivamente, mas não o da mãe.
"Após a conclusão do processo de identificação pelo Instituto Nacional de Medicina Legal, em colaboração com a Polícia de Israel, os representantes das IDF informaram a família Bibas de que os seus entes queridos, Ariel e Kfir Bibas, tinham sido identificados", lê-se em comunicado.
De acordo com as IDF, "durante o processo de identificação, verificou-se que o corpo adicional recebido não era o de Shiri Bibas, e não foi encontrada nenhuma correspondência com qualquer outro raptado".
Entretanto, o Hamas já veio explicar o que aconteceu ao corpo de Shiri Bibas. Segundo o grupo terrorista, o corpo desta refém estará "misturado com outros restos mortais entre os escombros de um ataque aéreo israelita".
Já hoje, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que o grupo islamita palestiniano Hamas cometeu uma "violação cruel" do cessar-fogo, ao não devolver o corpo da refém Shiri Bibas, mas de uma mulher de Gaza.
"Agiremos com determinação para trazer Shiri para casa, bem como todos os nossos reféns - os vivos e os mortos - e asseguraremos que o Hamas pague o preço por esta cruel e perversa violação do acordo", disse Netanyahu numa declaração em vídeo.
"A memória sagrada de Oded Lifshitz e de Ariel e Kfir Bibas ficará para sempre consagrada no coração da nação. Que Deus vingue o seu sangue. E nós vingaremos", acrescentou.
מדינת ישראל מרכינה ראש על שני ילדים קטנים, תינוקות רכים, אחים - אריאל וכפיר ביבס זכרונם לברכה, ועל עודד ליפשיץ זכרונו לברכה, ממייסדי קיבוץ ניר עוז.
— Benjamin Netanyahu - בנימין נתניהו (@netanyahu) February 21, 2025
שלושתם נרצחו באכזריות איומה בשבי החמאס בשבועות הראשונים של המלחמה.
האכזריות של מפלצות החמאס אינה יודעת שום גבול.
לא רק שהם חטפו… pic.twitter.com/MSglg9zNcO
O ato de entrega dos restos mortais, na quinta-feira, foi criticado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que considerou "abjeto e cruel" o regresso encenado.
De recordar que, esta quinta-feira, os quatro caixões - de cor preta - foram entregues à Cruz Vermelha após um representante ter assinado os documentos junto do Hamas. Estes tinham sido anteriormente colocados num palco, junto a uma imagem do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, com dentes de vampiro.
Cada um dos caixões exibia uma fotografia do refém. Numa faixa, lia-se a mensagem: "O criminoso de guerra [Benjamin] Netanyahu e o seu exército nazi mataram-nos com mísseis de aviões sionistas".
© AFP via Getty Images
Para sábado, está prevista a libertação dos últimos seis reféns israelitas vivos contemplados na primeira fase da trégua em Gaza.
[Notícia atualizada às 09h37]
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