A tripulação de uma fragata neozelandesa "observou munições reais a serem disparadas do canhão principal do Zunyi como seria de esperar durante tal exercício", indicou, em comunicado, o gabinete da ministra da Defesa, Judith Collins, referindo-se a um cruzador militar chinês.
A embarcação está a realizar manobras navais em águas internacionais entre a Austrália e a Nova Zelândia pelo segundo dia consecutivo, obrigando as autoridades dos dois países a adaptações, nomeadamente no que diz respeito à circulação aérea.
Camberra e Wellington têm monitorizado três navios chineses, uma fragata, um cruzador e um navio-tanque de reabastecimento, desde que foram avistados em águas internacionais na área em meados de fevereiro.
"Tal como ontem [sexta-feira], a China comunicou por canais de rádio a intenção de realizar disparos de munições reais", acrescentou o ministério.
"A Defesa está a trabalhar com a Autoridade de Aviação Civil da Nova Zelândia para garantir que todas as aeronaves vão ser avisadas. A segurança de todas as aeronaves e embarcações na área continua a ser a nossa principal preocupação", disse a mesma fonte.
O ministro da Defesa australiano, Richard Marles, disse hoje que ainda não recebeu uma "resposta satisfatória" de Pequim sobre o motivo das manobras navais.
"O que aconteceu ontem foi que o alerta foi dado muito tarde", disse à emissora pública ABC, após ter mencionado no dia anterior uma situação que qualificou de desconcertante e que obrigou a desvios do transporte aéreo.
A prática é emitir um aviso de 12 a 24 horas antes de qualquer exercício com fogo real.
Na noite de sexta-feira, o exército australiano disse que "nenhum disparo de arma" foi detetado no primeiro dia dos exercícios.
A China, por sua vez, garantiu que está a realizar manobras legítimas em total segurança, embora sem mencionar se foi utilizado fogo real.
"O exercício está a ser conduzido do início ao fim de forma segura e profissional, e de acordo com o direito internacional e as práticas internacionais", notou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, na sexta-feira.
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