O presidente norte-americano, Donald Trump, considerou que não é "muito importante" que o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, esteja presente nas negociações de paz com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin.
"Não acho que seja muito importante que [Zelensky] esteja nas reuniões. [...] Ele está lá há três anos. Torna muito difícil fazer acordos", disse Trump, numa entrevista à Fox News.
E atirou: "Há anos que o observo e vejo-o a negociar sem cartas. Ele não tem cartas. E ficamos fartos disso. Ficamos fartos. E eu estou farto."
O magnata argumentou ainda que Putin "não precisa de fazer um acordo", uma vez que, se quisesse, "ficaria com o país inteiro".
Trump foi mais longe, tendo considerado que a viagem do seu secretário do Tesouro, Scott Bessent, a Kyiv foi uma "perda de tempo".
"Francamente, gostaria que ele não tivesse ido lá, perder o seu tempo dessa forma", disse.
Recorde-se que Trump acusou Zelensky de ser um "ditador sem eleições", na quarta-feira, depois de o líder ucraniano ter considerado que o norte-americano está preso na "bolha de desinformação russa", pela decisão unilateral de avançar com negociações sem a presença do país invadido e dos países europeus.
Foram, por isso, realizadas reuniões em Paris com os líderes europeus para discutir a arquitetura de segurança europeia e sobre como assegurar as garantias de segurança prometidas à Ucrânia.
Aliás, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, vai estar em Kyiv, na Ucrânia, na próxima segunda-feira, para assinalar o terceiro aniversário do início da invasão russa e reafirmar apoio ao presidente "democraticamente eleito".
[Notícia atualizada às 17h07]
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