A líder do partido irlandês, Mary Lou McDonald, disse que a posição da administração Trump era "catastroficamente" errada e que, por isso, estava a tomar "uma posição de princípio contra a ameaça de expulsão em massa do povo palestiniano de Gaza".
Trump propôs retirar cerca de 2 milhões de palestinianos de Gaza para que os EUA possam possuir e reconstruir o que chamou de "Riviera do Médio Oriente".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acolheu favoravelmente a ideia, mas esta foi universalmente rejeitada pelos palestinianos e pelos países árabes, causou preocupação por parte de outros líderes mundiais e colocou em dúvida o cessar-fogo.
"Acompanhei com crescente preocupação o que está a acontecer no terreno em Gaza e na Cisjordânia e, como muitos outros irlandeses, ouvi com horror os apelos do presidente dos Estados Unidos para a expulsão em massa do povo palestiniano das suas casas e a apreensão permanente das terras palestinianas", disse McDonald.
Este boicote foi acompanhado pela primeira-ministra da Irlanda do Norte, Michelle O'Neill, vice-presidente do partido, que disse estar "do lado da humanidade".
O anúncio foi amplamente criticado pelos adversários políticos do Sinn Féin, enquanto o primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, disse não ter recebido um convite formal para ir a Washington, mas espera que a reunião aconteça e planeia comparecer.
O Sinn Féin, de centro-esquerda, conquistou uma grande percentagem de lugares no parlamento irlandês nas últimas duas eleições, mas foi excluído de qualquer governo de coligação devido aos seus laços históricos com o Exército Republicano Irlandês durante três décadas de violência na Irlanda do Norte.
O evento na Casa Branca normalmente envolve o primeiro-ministro irlandês, conhecido como taoiseach, a entregar ao presidente uma tigela de trevos Waterford Cystal para o Dia de São Patrício.
No dia de São Patrício ocorre a festa anual, comemorada a 17 de março, em homenagem ao padroeiro da Irlanda, que morreu nesta mesma data no ano de 461.
O Sinn Féin disse que este é o primeiro ano desde o acordo de paz que os seus líderes não viajarão a Washington para os eventos do Dia de São Patrício.
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