Cofundador do cartel de Sinaloa, que Washington acaba de designar como grupo terrorista, Zambada está a ser julgado por tráfico de droga em Nova Iorque. Foi detido no Texas a 25 de julho de 2025.
O pedido de defesa de Zambada "foi recebido no consulado em Nova Iorque e (...) estamos a apresentá-lo à Procuradoria Geral do México", disse a Presidente na sua conferência de imprensa matinal.
De acordo com o jornal mexicano "Reforma", a defesa de Zambada pediu o seu "repatriamento imediato" como parte de um pedido de "proteção consular", alegando que a sua transferência para os Estados Unidos foi "irregular".
"Se o governo mexicano não atuar (...) serei, sem dúvida, condenada à morte", afirma o texto revelado pelo jornal citando Zambada.
Claudia Sheinbaum insistiu que, sem pretender defender o membro do cartel de Sinaloa, o seu caso estava nas mãos da Procuradoria-Geral da República porque se tratava do "direito de um cidadão mexicano" a ser julgado nos Estados Unidos "sem ter seguido todos os procedimentos legais".
O antigo Presidente mexicano Andrés Manuel Lopez Obrador (2018-2024) já tinha criticado Washington pela detenção irregular de "El Mayo", cuja prisão desencadeou uma guerra interna no cartel de Sinaloa, deixando centenas de mortos até à data.
Ismael Zambada, 77 anos, é um dos co-fundadores do cartel de Sinaloa, juntamente com Joaquin "El Chapo" Guzman, que cumpre uma pena de prisão perpétua nos Estados Unidos.
Diz ter sido raptado por um filho de "El Chapo" e transportado contra a sua vontade num avião privado para os Estados Unidos.
O Canadá seguiu a nova designação atribuída pelos Estados Unidos e decidiu classificar cartéis de droga como organizações terroristas, sem revelar inicialmente as organizações criminosas
Os Estados Unidos classificou os cartéis de Sinaloa, Jalisco Nueva Generación, Noroeste, Golfo, Nueva Familia Michoacana e Unidos como organizações terroristas.
Sheinbaum anunciou igualmente que o Ministério dos Negócios Estrangeiros alargará a sua ação contra os fabricantes e vendedores de armas nos Estados Unidos para os acusar de cumplicidade no terrorismo à luz desta nova classificação.
"Podem chamar-lhes o que quiserem, mas com o México estamos a falar de coordenação, não de subordinação, não de ingerência e muito menos de invasão", insistiu Claudia Sheinbaum.
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