O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu esta sexta-feira que a Ucrânia "quer paz o mais rapidamente possível" e destacou o aumento do apoio da Europa ao longo da última semana.
"Esta semana aumentámos significativamente o nosso apoio na Europa. Tanto da União Europeia como de países individuais", referiu Zelensky, no seu discurso noturno à Nação, destacando a ajuda de países como a Noruega, França e Países Baixos.
"Temos acordos de segurança sólidos com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Estamos a preparar uma reunião a nível de Chefes de Estado-Maior em França", acrescentou.
No discurso, citado pela presidência da Ucrânia, Zelensky garantiu estar a "trabalhar nas medidas pertinentes" com os "parceiros que querem a paz".
"Na próxima semana haverá muito trabalho aqui na Europa, com a América, na Arábia Saudita - estamos a preparar uma reunião para acelerar a paz e reforçar as bases da segurança", destacou Zelensky.
Durante esta sexta-feira, Zelensky realizou "muitas chamadas telefónicas" com a equipa do presidente norte-americano, Donald Trump. "A agenda é clara - paz o mais rapidamente possível, segurança tão fiável quanto possível. A Ucrânia está empenhada em adotar a abordagem mais construtiva", frisou o presidente ucraniano.
Sublinhe-se que as delegações dos EUA e da Ucrânia devem reunir-se na Arábia Saudita na terça-feira para discutir uma estrutura para um acordo de paz, segundo Washington.
Na segunda-feira, o presidente Trump anunciou uma suspensão da ajuda militar dos EUA à Ucrânia, após um episódio de altercação na semana passada, na Sala Oval, com Volodymyr Zelensky.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
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