Trump suspende 400 milhões em subsídios à Universidade de Columbia

A administração Trump anunciou hoje "suspensão imediata" de 400 milhões de dólares (369 milhões de euros) em subsídios federais à Universidade de Columbia devido, segundo o executivo, à sua incapacidade de combater o antissemitismo no 'campus' universitário.

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© Andrew Harnik/Getty Images

Lusa
07/03/2025 20:23 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Estados Unidos

"Estes cortes são os primeiros de uma série de ações e espera-se que outras se sigam", afirmaram quatro agências federais num comunicado conjunto, denunciando "a inação face ao assédio persistente aos estudantes judeus".

 

O anúncio surge cinco dias após as agências federais terem comunicado que estavam a ponderar suspender contratos no valor de 51 milhões de dólares (47 milhões de euros) com a Universidade de Nova Iorque e a reavaliar a sua elegibilidade para mais de 5 mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros) em subsídios federais.

Na mesma altura, a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, anunciou a criação um novo comité disciplinar e intensificou as suas próprias investigações a estudantes críticos de Israel.

"As universidades têm de cumprir todas as leis federais de anti-discriminação se quiserem receber financiamento federal. A Universidade de Columbia abandonou, durante demasiado tempo, essa obrigação para com os estudantes judeus que estudam no seu campus", afirmou hoje a Secretária da Educação, Linda McMahon, numa declaração.

Columbia comprometeu-se em trabalhar com a administração Trump com o intuito de tentar recuperar o dinheiro.

"Encaramos com seriedade as obrigações legais de Columbia e compreendemos a gravidade deste anúncio e estamos empenhados em combater o antissemitismo e em garantir a segurança e o bem-estar dos nossos estudantes, professores e funcionários", afirmou a universidade num comunicado.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou em janeiro várias ordens executivas para combater o antissemitismo nos 'campus' universitários dos Estados Unidos, entre as quais a as universidades de Columbia e Harvard.

A medida exigia a "ação imediata" do Departamento de Justiça para "reprimir o vandalismo e a intimidação pró-Hamas, e investigar e punir o racismo anti-judaico em faculdades e universidades esquerdistas e anti-americanas", visando a repressão do ativismo pró-palestiniano, caracterizado por Trump como um movimento "pró-jihadista", bem como a deportação dos estudantes estrangeiros que participaram em protestos universitários pró-palestinianos no ano passado.

Estavam também incluídas na ordem instruções aos secretários de Estado, da Educação e da Segurança Interna para exigirem às universidades norte-americanas para monitorizarem e informarem sobre as atividades de estudantes e professores estrangeiros que possam ser consideradas antissemitas.

A ordem executiva deu particular atenção aos protestos que eclodiram em abril de 2024 nos 'campus' universitários dos Estados Unidos, em especial nas universidades de Columbia e Harvard, contra a guerra na Faixa de Gaza e contra o apoio de Washington a Israel.

Um grupo de trabalho da Universidade de Columbia denunciou no verão passado que os estudantes judeus e os israelitas haviam sido afastados de vários grupos de estudantes e haviam sido humilhados nas salas de aula e sujeitos a abusos verbais durante as manifestações da primavera.

Os protestos nas universidades tiveram uma duração de cerca de três meses e resultaram na detenção de cerca de 3.100 pessoas.

Nos últimos dias, um grupo muito mais pequeno de manifestantes ocupou durante algumas horas os edifícios do Barnard College, uma instituição filiada na Universidade de Columbia, para protestar contra a expulsão de dois estudantes acusados de perturbar uma aula de história de Israel.

Muitos dos envolvidos nos protestos frisaram que as críticas a Israel pelas suas ações em Gaza ou em expressar solidariedade para com os palestinianos não têm motivações antissemitas.

Columbia foi uma das cinco faculdades que foram objeto de novas investigações federais sobre antissemitismo e é uma das 10 que estão a ser visitadas por um grupo de trabalho por alegadamente não proteger os estudantes judeus face à discriminação.

Entre as outras instituições que estão a ser investigadas contam-se a Universidade da Califórnia, Berkeley, a Universidade do Minnesota, a Universidade do Noroeste, e a Universidade Estatal de Portland.

Leia Também: Trump diz ser "mais fácil lidar" com Putin do que com Zelensky

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